domingo, 15 de junho de 2014

A Família Brasileira em Foco

Matéria excelente com estatísticas, dados e princípios bíblicos sobre família.
Muito boa!

A Família Brasileira em Foco
Publicado em 10/02/04 às 09:21

Por Jaime Kemp (modificações Leonir sobre discipulado) 

O sociólogo e historiador Carie Zimmerman em seu livro FAMÍLIA E CIVILIZAÇÃO (1947), publicou suas profundas observações sobre a relação existente entre a desintegração de várias culturas, paralelamente ao declínio da vida familiar das mesmas. Oito características específicas no comportamento doméstico determinam a queda de cada cultura por ele estudada:
 

* Casamentos que perdem sua qualidade de "sagrado" freqüentemente terminam em divórcio.
 

* O significado tradicional da cerimônia do casamento é perdido;
 

* Proliferação do movimento feminista;
 

* O desrespeito público aos pais e autoridades em geral;
 

* O aumento da delinqüência juvenil, promiscuidade e rebelião;
 

* Relutância e até mesmo recusa em aceitar-se os padrões tradicionais para o casamento e a responsabilidade familiar;
 

*  Crescente desejo de aceitar-se o adultério;
 

* Interesse sempre maior por perversões sexuais. Aumento dos crimes relativos a sexo.
 

Parece-nos que esse homem publicou suas profundas observações sobre a família, não em 1947, mas na década de 90.
 

Certamente, Carie Zimmerman é um profeta, prevendo o que aconteceria nos 50 anos seguintes.
 

A família, realmente não vai bem. E todos comentam a mesma coisa.
 

Quando perguntam minha opinião, do porquê da decadência, ou mesmo da morte da família, digo sem pensar muito, que o principal causador dessa situação é Satanás, o inimigo que declarou guerra às células familiares. Caso você tenha alguma dúvida sobre isso, dê uma olhada na lista abaixo:
 

* Até o final deste século, um em cada dois casamentos terminará em divórcio.
 

* Hoje à noite, mais de dois milhões de meninas praticarão prostituição para sustentar alguma criança gerada fora do casamento ou algum vício.
 

* Mais de 50% dos adolescentes e jovens brasileiros evangélicos são sexualmente ativos.
 

*  89% dos jovens brasileiros, em geral, se casarão sem ser virgens (de acordo com uma recente pesquisa da Revista VEJA)
 

*  5.000.000 de abortos são praticados anualmente, dos quais, a grande maioria é feita clandestinamente.
 

*  Uma criança que assista duas horas de televisão por dia, até atingir a maioridade, terá tomado contato com 15.184 piadas sobre sexo, 96.798 cenas de nudez e mais de 163.000 tiros, além de ter presenciado mais de 130.000 assassinatos.
 

À luz desta situação caótica faço a você, querido pastor ou líder, uma pergunta:
 

- Qual é a atual e principal preocupação tanto sua, quanto de sua igreja, a respeito da necessidade mais urgente de vocês?
 

- Será sua pregação? Um salão de cultos lotado no domingo à noite? a construção do novo prédio? A falta de compromisso financeiro dos membros da igreja? Essas áreas também nos preocupam, porém, a célula básica da sociedade, e da igreja, é a família e, se a família não for bem, certamente a igreja também não irá. Devemos urgente e seriamente estudar meios criativos para ministrar às famílias das igrejas.
 

A família em nossa cultura encontra-se seriamente abalada. E, a família do pastor, também não foge à regra. Se vamos lidar com as famílias da igreja, nós, pastores, devemos primeiramente cuidar de nossas famílias.
 

A Palavra de Deus ensina-nos sobre a família, e vemos nos capítulos l e 2 de Gênesis, o registro de Deus sobre a instituição da família. Ela é essencial na existência de uma sociedade e, como parte dela, deveríamos aprender sobre o amor de Deus e de como nos relacionar com as outras pessoas.
 

A Família como Célula de Suprimento
 

Observando as famílias da Palavra de Deus, notamos que o ideal de uma família assemelha-se a um pequeno universo, onde cada um deveria procurar suprir as necessidades um do outro. Seria a maneira adequada de cuidarmos dos viúvos, órfãos, e carentes de forma geral, suprindo não somente as necessidades básicas mas também as emocionais e sociais. As mais variadas agências governamentais e particulares que existem, como asilos, casas para mães solteiras, orfanatos, etc..., têm o objetivo de fazer o papel que a família, por incapacidade ou desinteresse, não assume.
 

Vemos em l Tm 5:8 que ignorar as necessidades da própria família é fortemente condenada por Paulo: "Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente."
 

A Família como Campo de Treinamento
 

A família é o campo de treinamento onde deveríamos aprender a nos relacionar em cada uma das outras esferas de vida. Esse conceito está claro em l Tm 5.12:
 

"Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas como a mães; às moças, como a irmãs, com toda pureza."

Se, como adultos, temos dificuldades em nossos relacionamentos interpessoais, provavelmente não aprendemos no lar o que deveríamos ter aprendido.
 

Como pastores e líderes do rebanho de Deus, devemos compreender a situação pela qual a família atravessa neste final de milênio. Nosso objetivo primordial deve ser a restauração da família, O foco deve, realmente, estar voltado à família.
 

Já por 28 anos no Brasil tenho visto mudanças colossais no que diz respeito à família em nossa cultura brasileira. Para que possamos ministrar eficazmente à sociedade temos de compreender as mudanças pelas quais atravessamos. Gostaria de destacar duas delas:
 

1.  Mudança de uma nação rural para urbana - provocando à família, mais desintegração, maior estresse, menos tempo juntos, maiores oportunidades para tentação, etc. causando um grande sofrimento à família.
 

2.  O desaparecimento da família tradicional - o pai deixando de ser o único supridor do lar e cada vez mais esposas e filhos, até em idade precoce, estão trabalhando para ajudar a suprir as necessidades financeiras. Tal situação, além de muitas outras conseqüências, acarreta o comprometimento de um relacionamento mais aberto e profundo. (Entre outras coisas, falta de tempo juntos é algo sério!)
 

Essas duas mudanças ocasionaram na prática, um "arrastão" de Humanismo (destronização de Deus e entronização do homem). Secularismo (negação da existência de Deus) e Materialismo. Tornamo-nos uma sociedade que busca obsessivamente a auto-realização, o Hedonismo (busca pelo prazer) e a aquisição de bens.
 

A família, em meio a essas fustigações, tem sido jogada de um lado para o outro e sofrido as consequências. Quantas vezes, pastor, você já ouviu frases como esta:
 

- Não sinto mais nada por minha esposa. Vou procurar outra pessoa que me supra emocional e fisicamente!
 

Se o homem é o centro de seu universo, então voltará somente para si suas atenções, considerando-se o mais importante de tudo. Então, se o cônjuge deixa de satisfazê-lo, simplesmente o troca por outro! Se a sua sede material não pode ser suprida com o que recebe, dá um jeito, em detrimento do tempo gasto com a própria família, mas descobre uma forma de adquirir o que deseja.
 

Quando Deus instituiu a família em Gênesis 2, disse: "Não é bom que o homem esteja só." Ou seja, ele possui suas necessidades que podem ser parcialmente supridas no contexto familiar. Se ele se fecha, tornando-se egoísta, vivendo exclusivamente para seus interesses, acaba se isolando e tornando-se muito só, mesmo em meio à multidões.
 

Podemos nos tornar melhores e mais realizados pelo complemento que recebermos de nossos cônjuges, filhos, pais, etc.
 

Portanto, vejo o problema fundamental da família como a exacerbação do egoísmo, motivado pela realização pessoal, busca dos prazeres e obsessão pelo material, intensificados pela sociedade complicada em que vivemos. Mesmo que seja na luta pelo simples feijão com arroz, o coração do homem, muitas vezes, funciona da mesma maneira.
 

Outros problemas sérios, nas famílias de nossas igrejas, são:
 

1. Os meninos crescem em uma sociedade machista, sem bons modelos de como exercer uma liderança bíblica em seus lares. Por falta de serem amados, não aprendem a amar suas esposas e nem a suprir suas necessidades emocionais, tendo em vista só o receber.
 

2. Devido ao total desconhecimento e/ ou a um mal-entendido do significado das palavras "respeito" e "submissão" bíblicos, acrescido ao engano do feminismo, muitas mulheres estão rejeitando a ideia de seguir a liderança dos maridos. (E por outro lado, também há maridos que não assumem a liderança, não deixando alternativas às esposas).
 

A consequência é que se encontram duas pessoas egoístas no lar, cada uma lutando por seus próprios interesses e direitos.
 

Gostaria de dizer que não sou contra a mulher que trabalha fora, mas SIM, terminantemente contra o preconceito que se ergueu em relação a mulher que deseja ser somente esposa, mãe e dona da casa, onde as que optaram por seguir carreira, desprezam-nas por essa escolha, fazendo com que sintam-se inferiores (quando sei, que, muitas das mulheres que trabalham fora, se pudessem também ficariam em casa!).
 

3. A falta de embasamento da geração criada pelas creches, escolinhas, babás, empregadas, etc., resulta em jovens e adolescentes desajustados, com carências emocionais e psicológicas.
 

4. O desconhecimento, por parte dos pais, de como amar os filhos, de como incutir-lhes a autoestima e de como discipliná-los de forma bíblica e adequada, produz os mesmos sintomas acima. Os pais podem até estar presentes, mas é como se não estivessem.
 

5. O problema financeiro em um país passando por tantos planos econômicos frustrados, agrava o problema financeiro do povo, desde o descontrole até a fome. Os conceitos de Deus sobre finanças não são ensinados na maioria das igrejas.
 

6. O problema sexual, também se manifesta em duas formas. De um lado, manifestam-se tabus e preconceitos, sem base bíblica. De outro, vemos as influências perniciosas de uma cultura permissiva que virou as costas a Deus.
 

7. Casais chegando ao casamento sem saber como lidar com conflitos e resolver problemas. Não sabem se comunicar.
 

8. O número crescente de separações e divórcios resultando em filhos morando só com o pai ou só com a mãe, provocando saudades, carências e frustrações.
 

9. A falta de conhecimento e a ausência de um preparo adequado sobre os princípios de Deus para o namoro e noivado, podem levar a desajustes logo nos primeiros anos de casamento.
 

À luz dos problemas acima, o que nós pastores podemos fazer para restaurar as famílias de nossas igrejas e ajudá-las na solução de seus problemas?
 

1.  Primeiramente, devemos ser modelo para nosso rebanho e utilizar em nossas próprias famílias os princípios bíblicos antes de passá-los a outros. Pastor, somos seres humanos como outro qualquer, dependendo de seu problema familiar, procure alguém para ajudá-lo. Não se encastele, achando que pode resolver tudo sozinho.
 

2. Precisamos de coragem para sermos profetas, homens corajosos que apontem o pecado, não com raiva no coração, mas com lágrimas nos olhos, buscando solução e forças do alto.
 

3. Ensinar periodicamente, de maneira sistemática e organizada, os conceitos de Deus sobre a família, de púlpito, na Escola Dominical, em Retiros, etc.
 

4. Providenciar ensino pré-nupcial aos casais de noivos, preparando-os às exigências e expectativas reais sobre o casamento. Pastor, não realize casamentos em sua igreja sem que o casal tenha passado por um curso pré-nupcial. Essa é a melhor medicina preventiva que existe.
 

5. Incluir no calendário da igreja, retiros para as diversas fatias de sua igreja, adolescentes, jovens, casais, homens, mulheres, etc. com estudos também na área de família.

6. Discipulado— vejo que em uma sociedade que está totalmente desestruturada, a única forma de voltarmos ao eixo é seguirmos o modelo de Jesus. Jesus caminhou com os seu doze durante três anos, comeu, bebeu, orou, ensinou, recebeu, deu, mostrou, chamou pra si, enviou, etc. Ele perdeu sua vida em favor dos discípulos. Nosso propósito é levar pessoas a maturidade, não é crescimento explosivo sem saber direito se nossos líderes são modelo. A verdade é que estamos influenciando de qualquer jeito, então se temos uma liderança imatura, teremos uma igreja bebê onde o pastor é o administrador do berçário. Temos que parar e ter tempo para as pessoas. Discipulado é vida na vida, não mais um programa da igreja.

Pastor amigo,
 

- Até onde você está comprometido em alcançar e restaurar as famílias de sua igreja? Ou melhor, talvez a pergunta mais adequada seja:
 

- Até que ponto você está disposto a investir mais em sua própria família?
 

Que Deus lhe dê a graça para tanto.
 

Jaime Kemp é o fundador e editor da REVISTA LAR CRISTÃO voltada à família evangélica brasileira. Ministra os cursos LAR CRISTÃO e NAMORO, NOIVADO,
 
CASAMENTO E SEXO em igrejas por todo o país.

2 comentários:

  1. a contemporaneidade é a culpada por tds as mazelas . este é o discurso de muitos púlpitos , o nosso inimigo tem nome , porem somos responsáveis por nossas atitudes ( o prof. comentou em sala ) sobre o livro a arte da guerra : mais ou menos assim se conheço meu inimigo 50% dá para fazer guerra , se conheço menos que isso não entro na guerra . pastores que estão descaradamente casando 2, 3, 4 ... como é que podemos ter famílias sadias se o alimento é podre . louvo ao senhor por existir remanescente fieis que pregam a verdade , que mostram a verdade o casamento é realmente indissolúvel , porém quantos pastores com seus corações duros que nao entendem está ordem divina.

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  2. Com certeza nós temos um grande parcela de culpa nesta história... precisamos de uma reforma!!!!!

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