domingo, 15 de junho de 2014

A Família Brasileira em Foco

Matéria excelente com estatísticas, dados e princípios bíblicos sobre família.
Muito boa!

A Família Brasileira em Foco
Publicado em 10/02/04 às 09:21

Por Jaime Kemp (modificações Leonir sobre discipulado) 

O sociólogo e historiador Carie Zimmerman em seu livro FAMÍLIA E CIVILIZAÇÃO (1947), publicou suas profundas observações sobre a relação existente entre a desintegração de várias culturas, paralelamente ao declínio da vida familiar das mesmas. Oito características específicas no comportamento doméstico determinam a queda de cada cultura por ele estudada:
 

* Casamentos que perdem sua qualidade de "sagrado" freqüentemente terminam em divórcio.
 

* O significado tradicional da cerimônia do casamento é perdido;
 

* Proliferação do movimento feminista;
 

* O desrespeito público aos pais e autoridades em geral;
 

* O aumento da delinqüência juvenil, promiscuidade e rebelião;
 

* Relutância e até mesmo recusa em aceitar-se os padrões tradicionais para o casamento e a responsabilidade familiar;
 

*  Crescente desejo de aceitar-se o adultério;
 

* Interesse sempre maior por perversões sexuais. Aumento dos crimes relativos a sexo.
 

Parece-nos que esse homem publicou suas profundas observações sobre a família, não em 1947, mas na década de 90.
 

Certamente, Carie Zimmerman é um profeta, prevendo o que aconteceria nos 50 anos seguintes.
 

A família, realmente não vai bem. E todos comentam a mesma coisa.
 

Quando perguntam minha opinião, do porquê da decadência, ou mesmo da morte da família, digo sem pensar muito, que o principal causador dessa situação é Satanás, o inimigo que declarou guerra às células familiares. Caso você tenha alguma dúvida sobre isso, dê uma olhada na lista abaixo:
 

* Até o final deste século, um em cada dois casamentos terminará em divórcio.
 

* Hoje à noite, mais de dois milhões de meninas praticarão prostituição para sustentar alguma criança gerada fora do casamento ou algum vício.
 

* Mais de 50% dos adolescentes e jovens brasileiros evangélicos são sexualmente ativos.
 

*  89% dos jovens brasileiros, em geral, se casarão sem ser virgens (de acordo com uma recente pesquisa da Revista VEJA)
 

*  5.000.000 de abortos são praticados anualmente, dos quais, a grande maioria é feita clandestinamente.
 

*  Uma criança que assista duas horas de televisão por dia, até atingir a maioridade, terá tomado contato com 15.184 piadas sobre sexo, 96.798 cenas de nudez e mais de 163.000 tiros, além de ter presenciado mais de 130.000 assassinatos.
 

À luz desta situação caótica faço a você, querido pastor ou líder, uma pergunta:
 

- Qual é a atual e principal preocupação tanto sua, quanto de sua igreja, a respeito da necessidade mais urgente de vocês?
 

- Será sua pregação? Um salão de cultos lotado no domingo à noite? a construção do novo prédio? A falta de compromisso financeiro dos membros da igreja? Essas áreas também nos preocupam, porém, a célula básica da sociedade, e da igreja, é a família e, se a família não for bem, certamente a igreja também não irá. Devemos urgente e seriamente estudar meios criativos para ministrar às famílias das igrejas.
 

A família em nossa cultura encontra-se seriamente abalada. E, a família do pastor, também não foge à regra. Se vamos lidar com as famílias da igreja, nós, pastores, devemos primeiramente cuidar de nossas famílias.
 

A Palavra de Deus ensina-nos sobre a família, e vemos nos capítulos l e 2 de Gênesis, o registro de Deus sobre a instituição da família. Ela é essencial na existência de uma sociedade e, como parte dela, deveríamos aprender sobre o amor de Deus e de como nos relacionar com as outras pessoas.
 

A Família como Célula de Suprimento
 

Observando as famílias da Palavra de Deus, notamos que o ideal de uma família assemelha-se a um pequeno universo, onde cada um deveria procurar suprir as necessidades um do outro. Seria a maneira adequada de cuidarmos dos viúvos, órfãos, e carentes de forma geral, suprindo não somente as necessidades básicas mas também as emocionais e sociais. As mais variadas agências governamentais e particulares que existem, como asilos, casas para mães solteiras, orfanatos, etc..., têm o objetivo de fazer o papel que a família, por incapacidade ou desinteresse, não assume.
 

Vemos em l Tm 5:8 que ignorar as necessidades da própria família é fortemente condenada por Paulo: "Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos de sua própria casa, tem negado a fé, e é pior do que o descrente."
 

A Família como Campo de Treinamento
 

A família é o campo de treinamento onde deveríamos aprender a nos relacionar em cada uma das outras esferas de vida. Esse conceito está claro em l Tm 5.12:
 

"Não repreendas ao homem idoso, antes exorta-o como a pai; aos moços, como a irmãos; às mulheres idosas como a mães; às moças, como a irmãs, com toda pureza."

Se, como adultos, temos dificuldades em nossos relacionamentos interpessoais, provavelmente não aprendemos no lar o que deveríamos ter aprendido.
 

Como pastores e líderes do rebanho de Deus, devemos compreender a situação pela qual a família atravessa neste final de milênio. Nosso objetivo primordial deve ser a restauração da família, O foco deve, realmente, estar voltado à família.
 

Já por 28 anos no Brasil tenho visto mudanças colossais no que diz respeito à família em nossa cultura brasileira. Para que possamos ministrar eficazmente à sociedade temos de compreender as mudanças pelas quais atravessamos. Gostaria de destacar duas delas:
 

1.  Mudança de uma nação rural para urbana - provocando à família, mais desintegração, maior estresse, menos tempo juntos, maiores oportunidades para tentação, etc. causando um grande sofrimento à família.
 

2.  O desaparecimento da família tradicional - o pai deixando de ser o único supridor do lar e cada vez mais esposas e filhos, até em idade precoce, estão trabalhando para ajudar a suprir as necessidades financeiras. Tal situação, além de muitas outras conseqüências, acarreta o comprometimento de um relacionamento mais aberto e profundo. (Entre outras coisas, falta de tempo juntos é algo sério!)
 

Essas duas mudanças ocasionaram na prática, um "arrastão" de Humanismo (destronização de Deus e entronização do homem). Secularismo (negação da existência de Deus) e Materialismo. Tornamo-nos uma sociedade que busca obsessivamente a auto-realização, o Hedonismo (busca pelo prazer) e a aquisição de bens.
 

A família, em meio a essas fustigações, tem sido jogada de um lado para o outro e sofrido as consequências. Quantas vezes, pastor, você já ouviu frases como esta:
 

- Não sinto mais nada por minha esposa. Vou procurar outra pessoa que me supra emocional e fisicamente!
 

Se o homem é o centro de seu universo, então voltará somente para si suas atenções, considerando-se o mais importante de tudo. Então, se o cônjuge deixa de satisfazê-lo, simplesmente o troca por outro! Se a sua sede material não pode ser suprida com o que recebe, dá um jeito, em detrimento do tempo gasto com a própria família, mas descobre uma forma de adquirir o que deseja.
 

Quando Deus instituiu a família em Gênesis 2, disse: "Não é bom que o homem esteja só." Ou seja, ele possui suas necessidades que podem ser parcialmente supridas no contexto familiar. Se ele se fecha, tornando-se egoísta, vivendo exclusivamente para seus interesses, acaba se isolando e tornando-se muito só, mesmo em meio à multidões.
 

Podemos nos tornar melhores e mais realizados pelo complemento que recebermos de nossos cônjuges, filhos, pais, etc.
 

Portanto, vejo o problema fundamental da família como a exacerbação do egoísmo, motivado pela realização pessoal, busca dos prazeres e obsessão pelo material, intensificados pela sociedade complicada em que vivemos. Mesmo que seja na luta pelo simples feijão com arroz, o coração do homem, muitas vezes, funciona da mesma maneira.
 

Outros problemas sérios, nas famílias de nossas igrejas, são:
 

1. Os meninos crescem em uma sociedade machista, sem bons modelos de como exercer uma liderança bíblica em seus lares. Por falta de serem amados, não aprendem a amar suas esposas e nem a suprir suas necessidades emocionais, tendo em vista só o receber.
 

2. Devido ao total desconhecimento e/ ou a um mal-entendido do significado das palavras "respeito" e "submissão" bíblicos, acrescido ao engano do feminismo, muitas mulheres estão rejeitando a ideia de seguir a liderança dos maridos. (E por outro lado, também há maridos que não assumem a liderança, não deixando alternativas às esposas).
 

A consequência é que se encontram duas pessoas egoístas no lar, cada uma lutando por seus próprios interesses e direitos.
 

Gostaria de dizer que não sou contra a mulher que trabalha fora, mas SIM, terminantemente contra o preconceito que se ergueu em relação a mulher que deseja ser somente esposa, mãe e dona da casa, onde as que optaram por seguir carreira, desprezam-nas por essa escolha, fazendo com que sintam-se inferiores (quando sei, que, muitas das mulheres que trabalham fora, se pudessem também ficariam em casa!).
 

3. A falta de embasamento da geração criada pelas creches, escolinhas, babás, empregadas, etc., resulta em jovens e adolescentes desajustados, com carências emocionais e psicológicas.
 

4. O desconhecimento, por parte dos pais, de como amar os filhos, de como incutir-lhes a autoestima e de como discipliná-los de forma bíblica e adequada, produz os mesmos sintomas acima. Os pais podem até estar presentes, mas é como se não estivessem.
 

5. O problema financeiro em um país passando por tantos planos econômicos frustrados, agrava o problema financeiro do povo, desde o descontrole até a fome. Os conceitos de Deus sobre finanças não são ensinados na maioria das igrejas.
 

6. O problema sexual, também se manifesta em duas formas. De um lado, manifestam-se tabus e preconceitos, sem base bíblica. De outro, vemos as influências perniciosas de uma cultura permissiva que virou as costas a Deus.
 

7. Casais chegando ao casamento sem saber como lidar com conflitos e resolver problemas. Não sabem se comunicar.
 

8. O número crescente de separações e divórcios resultando em filhos morando só com o pai ou só com a mãe, provocando saudades, carências e frustrações.
 

9. A falta de conhecimento e a ausência de um preparo adequado sobre os princípios de Deus para o namoro e noivado, podem levar a desajustes logo nos primeiros anos de casamento.
 

À luz dos problemas acima, o que nós pastores podemos fazer para restaurar as famílias de nossas igrejas e ajudá-las na solução de seus problemas?
 

1.  Primeiramente, devemos ser modelo para nosso rebanho e utilizar em nossas próprias famílias os princípios bíblicos antes de passá-los a outros. Pastor, somos seres humanos como outro qualquer, dependendo de seu problema familiar, procure alguém para ajudá-lo. Não se encastele, achando que pode resolver tudo sozinho.
 

2. Precisamos de coragem para sermos profetas, homens corajosos que apontem o pecado, não com raiva no coração, mas com lágrimas nos olhos, buscando solução e forças do alto.
 

3. Ensinar periodicamente, de maneira sistemática e organizada, os conceitos de Deus sobre a família, de púlpito, na Escola Dominical, em Retiros, etc.
 

4. Providenciar ensino pré-nupcial aos casais de noivos, preparando-os às exigências e expectativas reais sobre o casamento. Pastor, não realize casamentos em sua igreja sem que o casal tenha passado por um curso pré-nupcial. Essa é a melhor medicina preventiva que existe.
 

5. Incluir no calendário da igreja, retiros para as diversas fatias de sua igreja, adolescentes, jovens, casais, homens, mulheres, etc. com estudos também na área de família.

6. Discipulado— vejo que em uma sociedade que está totalmente desestruturada, a única forma de voltarmos ao eixo é seguirmos o modelo de Jesus. Jesus caminhou com os seu doze durante três anos, comeu, bebeu, orou, ensinou, recebeu, deu, mostrou, chamou pra si, enviou, etc. Ele perdeu sua vida em favor dos discípulos. Nosso propósito é levar pessoas a maturidade, não é crescimento explosivo sem saber direito se nossos líderes são modelo. A verdade é que estamos influenciando de qualquer jeito, então se temos uma liderança imatura, teremos uma igreja bebê onde o pastor é o administrador do berçário. Temos que parar e ter tempo para as pessoas. Discipulado é vida na vida, não mais um programa da igreja.

Pastor amigo,
 

- Até onde você está comprometido em alcançar e restaurar as famílias de sua igreja? Ou melhor, talvez a pergunta mais adequada seja:
 

- Até que ponto você está disposto a investir mais em sua própria família?
 

Que Deus lhe dê a graça para tanto.
 

Jaime Kemp é o fundador e editor da REVISTA LAR CRISTÃO voltada à família evangélica brasileira. Ministra os cursos LAR CRISTÃO e NAMORO, NOIVADO,
 
CASAMENTO E SEXO em igrejas por todo o país.

sexta-feira, 6 de junho de 2014

O dízimo é bíblico?




Caros
Há toda uma discussão a respeito do dízimo, principalmente no que tange a se deve ser dado ou não, se, os pastores ao pedirem o dízimo na verdade querem enriquecer e se o dízimo é um princípio bíblico ou apenas uma regra da Lei. Querendo me aprofundar nisto produzi para minha igreja este estudo em relação ao dízimo. Está bem fundamentado na Bíblia e na teologia, e será de grande ajuda no teu aprofundamento bíblico. Lendo este estudo creio que você poderá tomar tuas próprias decisões a cerca do dízimo.
Boa leitura.

Imagem (http://migueluchoa.blogspot.com.br/2011/08/e-delicado-tenha-cuidado-com-o-dinheiro.html)
O dízimo é bíblico[1]?

1) A Bíblia e o dinheiro

Olhando para vida de uma pessoa e vendo como esta gasta seu dinheiro e seu tempo, podemos ver muito do caráter dela e quais são as suas prioridades. Por este motivo, creio eu, a Bíblia tem mandamentos e princípios que regem estas questões. Neste texto vamos tratar de como a Bíblia quer que eu lide com os recursos que Ele tem me proporcionado.



Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. 1 Timóteo 6:10



Neste texto vemos que o dinheiro pode ser personificado como algo que é objeto do amor de alguém; ele é um “deus” que ao se dobrando a ele pode causar toda espécie de males; este amor por ele causa ambição desmedida por riquezas[2]; pode fazer que alguém se desvie da fé; e causa muitas dores ao que se deixa levar por este tipo de adoração ao dinheiro.

O dinheiro pode tomar uma proporção desmedida em nossa vida, por este motivo a Bíblia trás orientações singulares sobre este tema. Vamos descobrir juntos?

Minha oração: “ Oh Senhor, que o Senhor abra o meu e o coração dos meus irmãos ao ler este texto e principalmente quando nos referimos aos textos bíblicos. Que ele possa mudar o nosso jeito de pensar e administrar nosso dinheiro à Luz da Tua Palavra. Tira qualquer impedimento em nome de Jesus. Amém.”



2) Do Senhor é a Terra e a sua plenitude

Em relação ao trato com o dinheiro precisamos definir primeiro a quem pertence o dinheiro, a nós ou ao Senhor. O que a Bíblia diz?

No princípio criou Deus o céu e a terra. Gênesis 1:1

Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém. Romanos 11:36

Não atarás a boca ao boi, quando trilhar. Deuteronômio 25:4

Porque diz a Escritura: Não ligarás a boca ao boi que debulha. E: Digno é o obreiro do seu salário. 1 Timóteo 5:18

Não há nada melhor para o homem do que comer e beber, e fazer com que sua alma goze do bem do seu trabalho. Também vi que isto vem da mão de Deus. Eclesiastes 2:24

Porque, quando ainda estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não coma também. 2 Tessalonicenses 3:10

Do SENHOR é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam. Salmos 24:1

Porque a terra é do Senhor e toda a sua plenitude. 1 Coríntios 10:26



Olhando para estes textos e tentando sistematizá-los chego a algumas conclusões:

· Em toda a minha infância dependi de outros pra coisas elementares como comer, falar, me limpar, banho etc.

· A Terra é anterior a mim e por isto, mesmo que eu trabalhe pra levantar o meu sustento, preciso dela e de outros para comer e me sustentar;

· Não posso simplesmente sentar e esperar que as coisas caiam do céu e cheguem até mim, mas simplesmente também não posso garantir que em trabalhando vou ter o que comer ou como comer;

· No teísmo cristão[3] cremos que Deus é o criador de todas as coisas portanto não somos donos de nada, inclusive nós mesmos;

· Tudo é dEle, veio dEle e vai para Ele, então, eu não devo administrar o dinheiro conforme eu quero;

· Resumindo: tenho bens para cuidar, mas não sou dono destas coisas, por isto não posso fazer o que quero delas. Tenho certa autonomia no cuidado de meus bens, no entanto é uma autonomia dentro de limites preestabelecidos. Tudo pertence ao Senhor e preciso administrar conforme as regras do Senhor.



3) O princípio do dízimo antes da Lei.

Há toda uma argumentação nos currais evangélicos e cristãos de um modo geral sobre que o dízimo é uma imposição da Lei e se estamos sob a graça, por este motivo, não mais precisamos ser dizimistas. Será válido este argumento?

3.1) Dízimo antes da instituição do dízimo

E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo.
E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra;
E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.Gênesis 14:18-20

Porque este Melquisedeque, que era rei de Salém, sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou;
A quem também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação, rei de justiça, e depois também rei de Salém, que é rei de paz;
Sem pai, sem mãe, sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas sendo feito semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre.
Considerai, pois, quão grande era este, a quem até o patriarca Abraão deu os dízimos dos despojos.
E os que dentre os filhos de Levi recebem o sacerdócio têm ordem, segundo a lei, de tomar o dízimo do povo, isto é, de seus irmãos, ainda que tenham saído dos lombos de Abraão.
Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. Hebreus 7:1-6 (voltaremos a este texto quando discutirmos dízimo a Luz no NT)

E esta pedra que tenho posto por coluna será casa de Deus; e de tudo quanto me deres, certamente te darei o dízimo. Gênesis 28:22

Abrão, que depois se torna Abraão, pai da fé de todos os que creem[4], depois de ter vencido os reis, entrega os dízimos dos despojos de guerra a Melquisedeque[5]. Não havia ainda a Lei, Moisés não existia e mesmo assim Abrão entrega os dízimos. Como este Melquisedeque era sacerdote do Deus Altíssimo, não tinha um templo humano ao qual entregar os dízimos. Os dízimos são um ato de adoração pessoal e coletivo. Dízimo é uma forma de adoração e culto ao Senhor.

Jacó promete ao Senhor dar o dízimo antes de ser estabelecido o dízimo também. Não havia ainda a Lei, historicamente a Lei será dada uns 500[6] anos depois de Jacó já ter a prática. O dízimo é uma prática pré-mosaica, pré Lei e pré-graça.

Olhando para estes textos vejo que o dízimo é uma questão bíblica anterior a Lei e um princípio e não necessariamente um mandamento da Lei. Tudo é dele, eu devolvo 10% por que tudo é dele, e, se, Ele quiser tudo, eu devo dar tudo.

Ao final deste tópico fui estudar o verbete dízimo no Dicionário Internacional de Teologia no Velho Testamento e veja o que encontrei[7]:

No AT[8] o conceito do dízimo é de considerável importância para a teologia do próprio AT. Como nos casos da circuncisão , sacrifícios, restrições alimentares e coisas do gênero, dar o dízimo não era restrito a Israel. Isso ocorria entre egípcios e mesopotâmios. O dízimo também não foi introduzido em Israel pela lei mosaica. Abrão deu o dízimo de seus despojos de guerra a Melquisedeque após receber dele uma bênção sacerdotal (Gn 14. 20; Hb 7.4), e em Betel Jacó fez o voto de dar o dízimo a Deus, depois de ter um sonho de uma escada que o levava até presença de Iavé (GN 28.22)[9].

É, no entanto, no código mosaico que conteúdo e forma são dados ao princípio do dízimo. O três núcleos de instrução da Torá servem para responder a três perguntas básicas acerca do dízimo: 1) “de quê”; 2) “a quem”; 3) “onde”.

1) A primeira pergunta “de que se deve dar o dízimo”, é respondida no último parágrafo de Levítico 27 (VV. 30-34). Nessa passagem importante, num contexto aparentemente suplementar do livro, o alcance do dízimo é apresentado em termos mais amplos possíveis e de um modo perfeitamente apropriado a uma economia agrícola[10]. Todo o dízimo da terra pertence à Iavé. Isso inclui, sem exceção, plantas e animais. Ademais o dízimo não pode ser confundido com as ofertas das primícias(Ex 22. 29-30), nem deve ser dado parcialmente (guardando o melhor pra si). Acerca de animais, por exemplo, à medida que iam deixando o aprisco, o criador, simplesmente ia contando até dez e considerar que o décimo animal pertencia a Iavé. Um lavrador podia querer transformar o seu dízimo agrícola em dinheiro (para facilitar o transporte do dízimo), mas devia acrescentar um quinto ao valor para evitar ter vantagem financeira nessa troca por dinheiro. No entanto o criador não podia fazer tal troca com seus animais. O dízimo resultante era santo ao Senhor.

2) Uma segunda pergunta a respeito dos dízimos. “a quem devem ser entregues”, é respondida em números 18: 21-32. Como os levitas não iriam receber uma herança territorial em Canaã, a recompensa que tinham por servir a Deus era “todos os dízimos em Israel” (18.21). No que diz respeito a eles próprios, os levitas deviam dar o dízimo daquilo que recebessem (os “dízimos os dízimos”, 18.26), que Iavé considerava tão aceitável quantos os cereais dados pelos lavradores. Esses dízimos dos levitas eram dados ao sacerdote.

3) Uma terceira pergunta: “onde os dízimos devem ser entregues?” é respondida em Dt 12. 1-14 e 14. 22-29. Dízimos e sacrifícios não deviam ser dados “em todo lugar que vires” (12.13), mas “no lugar que o Senhor escolher numa das tuas tribos” (12-14). O local desse santuário central, que posteriormente seria Jerusalém, era o único lugar autorizado para a apresentação desses dízimos e ofertas devia ocorrer uma refeição sagrada, da qual os levitas deviam participar e que seria comida com alegria e louvor à esplêndida bênção a pessoa podia transformar o produto da terra em seu equivalente em dinheiro. Em localidade da pessoa a cada três anos. Neste dízimo dava-se ênfase às necessidades dos pobres e dos indefesos (cf. 12-15).

Um aspecto intricado diz respeito à perversão da legislação sobre o dízimo. Israel e o judaísmo posterior tendiam a, de duas maneiras, distorcer a questão: 1) os israelitas guardavam a lei com excessiva rigidez, perdendo o propósito do dízimo, de modo que dar o dízimo passou a ser considerado, nos períodos intertestamentário e do Novo Testamento, um meio de alcançar a misericórdia divina (cf Lc 11. 42); ou 2) Israel negligenciava o dízimo e era culpado de roubar a Deus (Ml 3. 8-10).

O dízimo no AT dever ser visto por dois prismas: divino e humano. Do ponto de vista divino, o dízimo jamais teve a intenção de ser um fardo pesado, ou seja alguém tem que da a décima parte do que ganha (Dt 12. 12 cj. com aquele que “dá com alegria”. 2 Co 9.7). Tudo aquilo que alguém possui pertence a Deus. A entrega para uso divino de uma pequena porção daquilo que alguém, recebeu, pela graça divina, é um gesto agradecido de submissão de dependência. Em segundo lugar, o dízimo tem uma dimensão humana ou comunitária. É um aspecto do inter-relacionamento do povo de Deus. Os levitas, que estavam a serviço de Deus e não em atividades comerciais, eram os beneficiários diretos dos dízimos (Nm 18.21). Havia, portanto, uma inter-relação entre o ministério que estes realizavam e o trabalho diário dos não levitas. Nesse vínculo sinergístico, havia o lembrete constante de precisavam um dos outros.

Quais os princípios deste texto?

A. Há um princípio do dízimo anterior a instituição do dízimo.

B. A Lei regulamenta os: 1) “de quê”; 2) “a quem”; 3) “onde”.

C. Dízimo é culto e adoração.

D. Dízimo é gratidão, submissão e dependência.

E. Dízimo é interdependência. Dízimo é sinergia.

Duas possíveis distorções:

(1) Dízimo como moeda de troca: os israelitas guardavam a lei com excessiva rigidez, perdendo o propósito do dízimo, de modo que dar o dízimo passou a ser considerado um meio de alcançar a misericórdia divina;

2)Dízimo roubado: Israel negligenciava o dízimo e era culpado de roubar a Deus.



4) Dízimo, primícias e bens na Lei de Moisés.

E para o nosso Deus os constituíste reino e sacerdotes; e reinarão sobre a terra. Apocalipse 5:10 (RA)

E vós me sereis um reino sacerdotal e o povo santo. Estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel. Êxodo 19:6

Os sacerdotes levitas, toda a tribo de Levi, não terão parte nem herança com Israel; das ofertas queimadas do SENHOR e da sua herança comerão.
Por isso não terão herança no meio de seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como lhes tem dito.
Este, pois, será o direito dos sacerdotes, a receber do povo, dos que oferecerem sacrifício, seja boi ou gado miúdo; que darão ao sacerdote a espádua e as queixadas e o bucho.
Dar-lhe-ás as primícias do teu grão, do teu mosto e do teu azeite, e as primícias da tosquia das tuas ovelhas.
Porque o Senhor teu Deus o escolheu de todas as tuas tribos, para que assista e sirva no nome do Senhor, ele e seus filhos, todos os dias. Deuteronômio 18:1-5

E, por assim dizer, por meio de Abraão, até Levi, que recebe dízimos, pagou dízimos. Hebreus 7:9

Então todo o Judá trouxe os dízimos do grão, do mosto e do azeite aos celeiros. Neemias 13:12

Assim também oferecereis ao Senhor uma oferta alçada de todos os vossos dízimos, que receberdes dos filhos de Israel, e deles dareis a oferta alçada do Senhor a Arão, o sacerdote. Números 18:28

Mas aquele, cuja genealogia não é contada entre eles, tomou dízimos de Abraão, e abençoou o que tinha as promessas. Hebreus 7:6

Também falarás aos levitas, e dir-lhes-ás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de Israel, que eu deles vos tenho dado por vossa herança, deles oferecereis uma oferta alçada ao Senhor, os dízimos dos dízimos. Números 18:26

E que o sacerdote, filho de Arão, estaria com os levitas quando estes recebessem os dízimos, e que os levitas trariam os dízimos dos dízimos à casa do nosso Deus, às câmaras da casa do tesouro.Neemias 10:38

Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua colheita no mesmo ano, e os recolherás dentro das tuas portas; Deuteronômio 14:28

Roubará o homem a Deus? Todavia vós me roubais, e dizeis: Em que te roubamos? Nos dízimos e nas ofertas. Malaquias 3:8

E eis que aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo ministério que executam, o ministério da tenda da congregação. Números 18:21

E aqui certamente tomam dízimos homens que morrem; ali, porém, aquele de quem se testifica que vive. Hebreus 7:8

Porque os dízimos dos filhos de Israel, que oferecerem ao Senhor em oferta alçada, tenho dado por herança aos levitas; porquanto eu lhes disse: No meio dos filhos de Israel nenhuma herança terão.Números 18:24



Já abordamos bastante sobre a instituição do dízimo na Lei, mas existem alguns aspectos que não foram abordados no texto acima.

No Velho Testamento(VT) havia um separação clara entre o povo e os sacerdotes. Saul era rei e foi condenado por sacrificar, pois era um ofício dos sacerdotes( I Sm 13. 8-15). No VT o povo era um reino sacerdotal, mas as pessoas tinham papéis distintos quanto a fazer parte do reino(as doze tribos) e os sacerdotes(tribo de Levi). Os levitas não recebiam herança no meio do povo, pois o Senhor era a sua herança[11]. Os sacerdotes levitas administravam tanto os dízimos quanto as primícias que eles recebiam para eles. Alguns pastores querem, neste tempo, receber estas primícias, mas se era para os sacerdotes, as primícias hoje seriam para todo o povo e não só para os pastores, presbíteros ou bispos (apóstolos, patriarcas e etc.). Em nenhum texto do NT os líderes cristãos são chamados de sacerdotes.

No Novo Testamento (NT) todos somos reino e sacerdotes e uma das questões mais propaladas na reforma foi, justamente, a do sacerdócio universal dos crentes. Há uma diferença básica, no que tange ao culto, entre Israel e a Igreja. Em Israel só os levitas tinham acesso às coisas sagradas e o povo oferecia por meio dos sacerdotes estes sacrifícios a Deus. Na igreja nós somos o sacrifício vivo oferecido a Deus (Rm 12. 1 e 2), de modo que todos os crentes podem servir a Deus diretamente sem um intermediário humano (I Tm 2. 5). O que muda é a dedicação de cada um ao Senhor e como posso operacionalizar aqueles que vão de dedicar 24h ao Senhor (ainda que todos devem se dedicar 24h, alguns terão este tempo livre exclusivo ao Senhor e aos outros).

Gostaríamos de abordar agora o texto de Neemias:

Também entendi que os quinhões dos levitas não se lhes davam, de maneira que os levitas e os cantores, que faziam a obra, tinham fugido cada um para a sua terra.
Então contendi com os magistrados, e disse: Por que se desamparou a casa de Deus? Porém eu os ajuntei, e os restaurei no seu posto.
Então todo o Judá trouxe os dízimos do grão, do mosto e do azeite aos celeiros.
E por tesoureiros pus sobre os celeiros a Selemias, o sacerdote, e a Zadoque, o escrivão e a Pedaías, dentre os levitas; e com eles Hanã, filho de Zacur, o filho de Matanias; porque foram achados fiéis; e se lhes encarregou a eles a distribuição para seus irmãos.
Por isto, Deus meu, lembra-te de mim e não risques as beneficências que eu fiz à casa de meu Deus e às suas observâncias. Neemias 13:10-14

Todos gostam de ter as coisas funcionando, mas nem todos querem pagar o preço para que as coisas funcionem. Assim aconteceu com os dízimos no tempo de Neemias. O povo tinha parado de contribuir e os levitas tinham, cada um, voltado aos seus afazeres “seculares”. Cada estava dando o seu jeito pra viver a vida, mas ninguém estava obedecendo a Deus!



5) Dízimo e dinheiro no Novo Testamento.



Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas.Mateus 23:23

Mas ai de vós, fariseus, que dizimais a hortelã, e a arruda, e toda a hortaliça, e desprezais o juízo e o amor de Deus. Importava fazer estas coisas, e não deixar as outras. Lucas 11:42

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Mateus 5:27-28

E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.
E em toda a alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.
E todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum.
E vendiam suas propriedades e bens, e repartiam com todos, segundo cada um havia de mister.
E, perseverando unânimes todos os dias no templo, e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,
Louvando a Deus, e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. Atos 2:42-47

Porque dele e por ele, e para ele, são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém.
Romanos 11:36

Não sou eu apóstolo? Não sou livre? Não vi eu a Jesus Cristo Senhor nosso? Não sois vós a minha obra no Senhor?
Se eu não sou apóstolo para os outros, ao menos o sou para vós; porque vós sois o selo do meu apostolado no Senhor.
Esta é minha defesa para com os que me condenam.
Não temos nós direito de comer e beber?
Não temos nós direito de levar conosco uma esposa crente, como também os demais apóstolos, e os irmãos do Senhor, e Cefas?
Ou só eu e Barnabé não temos direito de deixar de trabalhar?
Quem jamais milita à sua própria custa? Quem planta a vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta o gado e não se alimenta do leite do gado?
Digo eu isto segundo os homens? Ou não diz a lei também o mesmo?
Porque na lei de Moisés está escrito: Não atarás a boca ao boi que trilha o grão. Porventura tem Deus cuidado dos bois?
Ou não o diz certamente por nós? Certamente que por nós está escrito; porque o que lavra deve lavrar com esperança e o que debulha deve debulhar com esperança de ser participante.
Se nós vos semeamos as coisas espirituais, será muito que de vós recolhamos as carnais?
Se outros participam deste poder sobre vós, por que não, e mais justamente, nós? Mas nós não usamos deste direito; antes suportamos tudo, para não pormos impedimento algum ao evangelho de Cristo.
Não sabeis vós que os que administram o que é sagrado comem do que é do templo? E que os que de contínuo estão junto ao altar, participam do altar?
Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho. 1 Coríntios 9:1-14

Quanto à coleta para o povo de Deus, façam como ordenei às igrejas da Galácia.
No primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, de acordo com a sua renda, reservando-a para que não seja preciso fazer coletas quando eu chegar.
Então, quando eu chegar, entregarei cartas de recomendação aos homens que vocês aprovarem e os mandarei para Jerusalém com a oferta de vocês.
Se me parecer conveniente ir também, eles me acompanharão.
Depois de passar pela Macedônia irei visitá-los, já que passarei por lá.
Talvez eu permaneça com vocês durante algum tempo, ou até mesmo passe o inverno com vocês, para que me ajudem na viagem, aonde quer que eu vá.
Desta vez não quero apenas vê-los e fazer uma visita de passagem; espero ficar algum tempo com vocês, se o Senhor permitir.
Mas permanecerei em Éfeso até o Pentecoste,
porque se abriu para mim uma porta ampla e promissora; e há muitos adversários.
Se Timóteo for, tomem providências para que ele não tenha nada que temer enquanto estiver com vocês, pois ele trabalha na obra do Senhor, assim como eu.
Portanto, ninguém o despreze. Ajudem-no a prosseguir viagem em paz, para que ele possa voltar a mim. Eu o estou esperando juntamente com os irmãos. 1 Coríntios 16:1-11

Agora, irmãos, queremos que vocês tomem conhecimento da graça que Deus concedeu às igrejas da Macedônia.
No meio da mais severa tribulação, a grande alegria e a extrema pobreza deles transbordaram em rica generosidade.
Pois dou testemunho de que eles deram tudo quanto podiam, e até além do que podiam. Por iniciativa própria
eles nos suplicaram insistentemente o privilégio de participar da assistência aos santos.
E não somente fizeram o que esperávamos, mas entregaram-se primeiramente a si mesmos ao Senhor e, depois, a nós, pela vontade de Deus.
Assim, recomendamos a Tito, visto que ele já havia começado, que completasse esse ato de graça da parte de vocês.
Todavia, assim como vocês se destacam em tudo: na fé, na palavra, no conhecimento, na dedicação completa e no amor que vocês têm por nós, destaquem-se também neste privilégio de contribuir.
Não lhes estou dando uma ordem, mas quero verificar a sinceridade do amor de vocês, comparando-o com a dedicação dos outros.
Pois vocês conhecem a graça de nosso Senhor Jesus Cristo que, sendo rico, se fez pobre por amor de vocês, para que por meio de sua pobreza vocês se tornassem ricos.
Este é meu conselho: convém que vocês contribuam, já que desde o ano passado vocês foram os primeiros, não somente a contribuir, mas também a propor esse plano.
Agora, completem a obra, para que a forte disposição de realizá-la seja igualada pelo zelo em concluí-la, de acordo com os bens que vocês possuem.
Porque, se há prontidão, a contribuição é aceitável de acordo com aquilo que alguém tem, e não de acordo com o que não tem.
Nosso desejo não é que outros sejam aliviados enquanto vocês são sobrecarregados, mas que haja igualdade.
No presente momento, a fartura de vocês suprirá a necessidade deles, para que, por sua vez, a fartura deles supra a necessidade de vocês. Então haverá igualdade,
como está escrito: "Quem tinha recolhido muito não teve demais, e não faltou a quem tinha recolhido pouco".

2 Coríntios 8:1-15

Não tenho necessidade de escrever-lhes a respeito dessa assistência aos santos.
Reconheço a sua disposição em ajudar e já mostrei aos macedônios o orgulho que tenho de vocês, dizendo-lhes que, desde o ano passado, vocês da Acaia estavam prontos a contribuir; e a dedicação de vocês motivou a muitos.
Contudo, estou enviando os irmãos para que o orgulho que temos de vocês a esse respeito não seja em vão, mas que vocês estejam preparados, como eu disse que estariam,
a fim de que, se alguns macedônios forem comigo e os encontrarem despreparados, nós, para não mencionar vocês, não fiquemos envergonhados por tanta confiança que tivemos.
Assim, achei necessário recomendar que os irmãos os visitem antes e concluam os preparativos para a contribuição que vocês prometeram. Então ela estará pronta como oferta generosa, e não como algo dado com avareza.
Lembrem-se: aquele que semeia pouco, também colherá pouco, e aquele que semeia com fartura, também colherá fartamente.
Cada um dê conforme determinou em seu coração, não com pesar ou por obrigação, pois Deus ama quem dá com alegria.
E Deus é poderoso para fazer que lhes seja acrescentada toda a graça, para que em todas as coisas, em todo o tempo, tendo tudo o que é necessário, vocês transbordem em toda boa obra.
Como está escrito: "Distribuiu, deu os seus bens aos necessitados; a sua justiça dura para sempre".
Aquele que supre a semente ao que semeia e o pão ao que come, também lhes suprirá e aumentará a semente e fará crescer os frutos da sua justiça.
Vocês serão enriquecidos de todas as formas, para que possam ser generosos em qualquer ocasião e, por nosso intermédio, a sua generosidade resulte em ação de graças a Deus.
O serviço ministerial que vocês estão realizando não está apenas suprindo as necessidades do povo de Deus, mas também transbordando em muitas expressões de gratidão a Deus.
Por meio dessa prova de serviço ministerial, outros louvarão a Deus pela obediência que acompanha a confissão que vocês fazem do evangelho de Cristo e pela generosidade de vocês em compartilhar seus bens com eles e com todos os outros.
E nas orações que fazem por vocês, eles estarão cheios de amor por vocês, por causa da insuperável graça que Deus tem dado a vocês.
Graças a Deus por seu dom indescritível! 2 Coríntios 9:1-15



Como vocês sabem, filipenses, nos seus primeiros dias no evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja partilhou comigo no que se refere a dar e receber, exceto vocês; Filipenses 4:15

Devem ser considerados dignos de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, especialmente os que se afadigam na palavra e no ensino. Pois a Escritura declara: não amordaces o boi que pisa o trigo. E ainda; o trabalhador é digno do seu salário[12]. I Tm 5. 17 -18.

Os textos já falam muito da relação contribuição, igreja e bens, mas vamos tecer alguns comentários pertinentes.

Os textos que falam de dízimo no novo testamento nunca contradizem o dízimo. Há fórmulas tipo:

Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.Mateus 5:27

Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu inimigo. Mateus 5:43

Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente. Mateus 5:38

Não há no novo testamento ouvistes o que foi dito a cerca do dízimo e sim um incentivo a se continuar a dar o dízimo sem esquecer a misericórdia e a fé.

Muitos que criticam o dízimo e com certeza não o dão (nunca vi alguém que não concorda com os 10% dar 20% ou 30%), não veem que a igreja primitiva deu tudo!

Quando se trata de contribuições para ocasiões especificas estas ofertas precisam ser voluntárias e não há como destinar um valor pra cada um dar, pois cada pessoa sabe de suas necessidades e disponibilidades, mas Deus ama o que dá com alegria.

Havia uma clara manutenção através de honorários dos presbíteros (leia-se lideres da igreja), pressuposta no Novo Testamento ao ponto de Paulo exortar aos discípulos a dobrar para aqueles que se dedicavam integralmente e principalmente a Palavra. Como eram mantidos estes honorários sem o dízimo? O dízimo é um pressuposto do Novo Testamento com o é a condenação de ter outros deuses (coisa que não é tão bem trabalhada no Novo como o é no Velho Testamento). O monoteísmo estava consolidado na comunidade judaica e passou para os primeiros cristãos como o dízimo também.

Os discípulos eram judeus na sua maioria e eram dizimistas.



6) Há alguma recomendação no Novo Testamento para não dar o dízimo?

Não!

7) Resumão

a) Seja por convenção social ou por mandamento religioso toda instituição tem as suas contribuições e na igreja não é diferente;

b) O dízimo é anterior à instituição do dízimo, portanto princípio e não Lei;

c) Dízimo é gratidão, submissão e dependência;

d) Dízimo é interdependência. Dízimo é sinergia;

e) Dízimo é uma atitude de fé;

f) Dízimo é bíblico;

g) Posso provar a Deus quanto a sua provisão quando sou fiel ao que ele me pede;

h) Poder dar o dízimo é uma bênção!

Um abraço!

Paz

Pr Leonir Oliveira




[1] Pr Leonir Oliveira

Bíblia Shedd, Versão Revista e Atualizada; Bíblia Palavra Chave; Comentário Bíblico Africano e o Novo Comentário da Bíblia. Citações da Almeida Corrigida Fiel.


[2] Cobiça [Do lat. vulg. cupiditia.]
Substantivo feminino.
1.Desejo sôfrego, veemente, de possuir bens materiais; avidez, cupidez.
2.Ambição desmedida de riquezas.


[3] Teísmo Cristão

a) Deus é infinito e pessoal (trino), transcendente e imanente, onisciente, soberano e bom;

b) Deus criou o cosmos ex-nihilo- do nada, para operar com uma uniformidade de causa e efeito em um sistema aberto;

c) Os seres humanos são criados à imagem de Deus e, portanto, possuem personalidade, auto-transcendência, inteligência, moralidade, senso gregário e criatividade.

d) Os seres humanos podem conhecer tanto o mundo que os cerca quanto o próprio Deus, porque ele colocou neles essa capacidade e porque ele desempenha um papel ativo na comunicação com eles;

e) Os seres humanos foram criados bons, porém, devido à queda a imagem de Deus tornou-se desfigurada, embora não tão desfigurada, embora não tão destruída de modo a não ser mais passível de restauração; através da obra de Cristo, Deus redimiu a humanidade e começou o processo de restaurar as pessoas à bondade, muito embora qualquer pessoa possa escolher rejeitar essa rejeição;

f) Para cada ser humano a morte representa tanto o portão para a vida com Deus e seu povo quanto o portão para a separação eterna da única coisa que pode satisfazer as aspirações humanas definitivamente;

g) A ética é transcendente e alicerçada no caráter de Deus como bom (santo e amoroso).

h) A história é linear, uma sequência de eventos significativos, que levam ao cumprimento dos propósitos de Deus para humanidade. (http://prleonir.blogspot.com.br/2011/10/cosmovisoes.html consultado às 10:26 do dia 15/01/14).




[4] Portanto, é pela fé, para que seja segundo a graça, a fim de que a promessa seja firme a toda a posteridade, não somente à que é da lei, mas também à que é da fé que teve Abraão, o qual é pai de todos nós,Romanos 4:16 (negrito acrescentado)


[5] Sob o olhar de Hebreus uma teofania, cristofania ou um ser que representava Deus de alguma forma)




[6] Bíblia Shedd parte ajudas ao leitor no final da Bíblia.


[7] Dicionário Internacional de Teologia no Velho Testamento; Harris, R. Laird; Archer, Gleason L. Jr; Waltke, Bruce K.; Ed. Vida Nova. Verbete 1711 g e h.


[8] Antigo Testamento


[9] Negrito meu


[10] Em nosso contexto entregamos dízimos do que recebemos em dinheiro, pois não estamos em um contexto agrícola mais.


[11] Por isso não terão herança no meio de seus irmãos; o Senhor é a sua herança, como lhes tem dito. Deuteronômio 18:2


[12] Ed. Revista e Atualizada