quarta-feira, 21 de maio de 2014

Filtros Mentais (Aula 9) 2014




Filtros Mentais
O que os líderes( e pessoas em geral) se permitem saber
O pior cego é aquele que não quer ver, diz o ditado. Segundo o especialista Warren Bennis, há uma razão por trás dessa cegueira: filtros que controlam quais dados aterrissam na agenda ativa de nossa consciência e quais são despachados para os recantos escuros da mente. Artigo Harvard
C orno Júlio César pôde ter ignorado os avisos sobre sua queda iminente, mesmo quando estes caíam como chuva sobre ele? Por que Eckhard Pfeiffer, presidente da Compaq, não escutou os executivos seniores que chamavam sua atenção para novas fabricantes de computadores que estavam drenam do os clientes da Compaq?
O especialista em liderança Warren Bennis sugere um caminho para compreender as curiosas ações ou muitas vezes a paralisia— desses líderes diante da turbulência. Para ele, deve-se primeiramente analisar a forma como eles lidaram com as informações a sua disposição ou, em outras palavras, “o que se permitiram saber e quando se permitiram sabê-lo”.
Bennis, que é professor da University of Southern California e também desempenha funções de consultoria na Harvard Business School e na Kennedy School of Government de Harvard, vem influenciando diretamente o que se pensa sobre liderança há cinco décadas. Suas idéias ajudam a entender o processo decisório, e “como” e “por que” nossas mentes aceitam ou rejeitam certas informações, em especial aquelas que vão no sentido contrário aos fatos anteriores.
As barreiras
Todas as pessoas utilizam filtros, afirma Bennis. Esses filtros, explica o professor, direcionam o fluxo de informações em nossas mentes. Também são esses filtros os responsáveis por controlar quais dados devem aterrissar na agenda ativa de nossa consciência e quais serão despachados para os recantos escuros da mente.

 “Por várias razões, a mente não lhe dá licença para interpretar certos dados”, afirma. “Você não lida com os assuntos que não quer acreditar que sejam reais, e isso o deixa com uma visão distorcida”, acrescenta.
Será que isso poderia explicar, pergunta Bennis, por que a Casa Branca foi em frente com sua decisão de invadir o Iraque quando uma análise retrospectiva sugere que as autoridades deveriam ter visto que alguns dados usados como justificativa para a guerra não eram sólidos? Será que a crença apaixonada do presidente dos EUA de que o plano da Casa Branca era a coisa certa para o país permitiu que informações que corroboravam seus preconceitos suplantassem da dos que iam contra eles?
Primeiro filtro: o Filtro Social.
O processo de tomada de decisão de George W. Bush ilustra um dos três filtros que Bennis identificou como controladores do fluxo de da dos no cérebro: o filtro social.
Este filtro permite aos líderes rejeitar certos dados simplesmente ao não prestar atenção a sua fonte “Quando estive em Abu Dhabi alguns anos atrás, um colega de lá me falou de uma expressão do Oriente Médio utilizada para descrever pessoas que param de escutar”, conta Bennis. “Era algo como ouvidos cansados”, lembra.
Pense em Pfeiffer, que administrou quase sete anos de crescimento ininterrupto da Compaq antes que as coisas sofressem uma forte reviravolta para pior. “Ele tinha uma lista A e uma lista B”, diz Bennis. “E a lista A  dele dizia ‘Sim, senhor’, ‘Sim, sim, senhor’ a qualquer estratégia que propusesse.” “Mas a lista B dizia: ‘Olhe, chefe, o sr. sabe que talvez a gente devesse dar uma olhada no que a Gateway anda fazendo ou no que a Dell está fazendo, porque eles estão roubando uma porção de clientes nossos’. Pfeiffer não escutava ou não analisava as evidências. No final das contas, ele parou de se reunir com as pessoas da lista B, que lhe davam notícias ruins e desestabilizadoras. Ele estava com ouvidos cansados”, relata o especialista.
Então, Pfeiffer deliberadamente se colocou em uma posição na qual certas informações não poderiam chegar até ele porque queria evitar lidar com o que sabia que era  verdade? Não necessariamente, diz Bennis. E possível que ele simplesmente tenha começado a ignorar quaisquer dados que não afirmassem aquilo que ele acreditava, em certo nível, ser verdade.
É importante distinguir esse tipo de cegueira às informações do conceito jurídico de cegueira intencional, na qual um indivíduo propositadamente se fecha aos dados a fim de criar ignorância propositada de certos fatos —por exemplo, aquilo que Kenneth Lay, ex-presidente da Enron, pode ter feito. As forças em ação aqui freqüentemente são de uma natureza bem menos consciente.
Vejamos o caso do César de Shakespeare. A evidência de perigo é gritante. “Sua esposa sonha com ele como uma estátua sangrando com cem bicos jorrando e romanos luxuriantes lavando suas mãos no sangue. Uma coruja piou, o que significava muito na Roma de 44 a.C. Um leão correu pelas ruas”, lembra Bennis.
Mas César sempre ignorava os sinais. Ele não aceitou nem a mensagem avisando-o sobre o perigo representado por Cassius, Casca e Brutus. “Por que ele não deu atenção a tudo isso?”, pergunta Bennis. Pode-se fazer a mesma pergunta sobre Pfeiffer, Raines e incontáveis outros líderes que enfrentaram grandes fracassos. “A tragédia é a forma pela qual perdemos pessoas boas porque elas não conseguem escutar ou não querem escutar”, afirma o especialista.
Segundo filtro: Filtro Contextual
Se os filtros sociais nos permitem isolar determinadas fontes de informações, filtros contextuais nos permitem rejeitar o significado daquilo que nos rodeia.
Para explicar isso, Bennis recorre a suas próprias experiências como reitor da University of Cincinnati, de 1971 a 1978. “Eu fui trazido para balançar o coreto e transformar aquela escola custeada pelo município em uma importante universidade”, afirma ele. “Lá estava eu, uma espécie de estrangeiro, e as pessoas de Cincinnati pensando que eu lhes estava roubando a universidade”, lembra. Então Fred Lazurus Jr., fundador da Federated Department Stores, com seus mais de 80 anos, ofereceu o que Bennis descreve como um sábio conselho. “Ele disse: ‘Warren, esta é uma cidade realmente conservadora. Não se exponha demais. Trabalhe com seu corpo docente, trabalhe com seus alunos. Não se deixe tragar pelos holofotes”, conta o especialista.
Mas Bennis não tentou entender a cultura com que estava lidando, o que tornou seu papel de agente da mudança ainda mais difícil. “Eis aqui a lição sobre contexto”, afirma Bennis. “Eu não usei tempo suficientes para entender a cidade, seu orgulho, sua história. Não gastei tempo para lhe fazer as honras”, explica.
Vejamos outro caso de líder com a responsabilidade de mudar: Carly L. Fiorina, da Hewlett-Packard. “Par começar, houve três greves contra ela”, diz Bennis. “Ela é mulher, não é engenheira e a primeira pessoa de fora da Hewlett-Packard a chegar à presidência da empresa. Como é que ela navega entre o passado e o presente?”, acrescenta.
O que Fiorina fez foi usar cuidadosamente os símbolos da rica tradição da HP para detalhar sua visão do futuro. Por exemplo: inicialmente ela utilizou a imagem de Dave Packard e Bili Hewlett como os garotos na garagem para criar entusiasmo quanto à forma pela qual a HP continuaria a gerar idéias inovadoras. A consciência da situação que Fiorina demonstrou permitiu-lhe remover os filtros contextuais que a poderiam ter levado a uma abordagem diferente, menos eficaz para comunicar sua visão para a HP.

Terceiro filtro: Autoconhecimento
O terceiro e último filtro que Bennis identifica é regido pelo autoconhecimento: o que você conhece e não conhece sobre si mesmo. Novamente, Bennis recorre a sua própria experiência. “Por várias razões, algumas relacionadas à ambição, outras a querer ver se minhas idéias realmente tinham validade na prática, eu tinha o desejo de ser um reitor de universidade”, relata.
Depois de sete anos à frente da University of Cincinnati, Bennis fez um discurso na Harvard Graduate School of Education sobre o papel de liderança de um reitor. “Eu preparei muito bem a palestra e achei que tudo saiu bem”, lembra. “E aí abri para perguntas.”
Do fundo da sala, Paul Ylvisacker, então diretor da escola, fez uma pergunta que Bennis descreve como “um arremesso de efeito”:
“Warren, você ama ser reitor?”. Ele ficou totalmente sem palavras e conseguiu apenas dizer: “Não sei”.
Mais tarde, no avião de volta para Cincinnati, Bennis percebeu o que o diretor havia conseguido captar: que seu coração não estava em ser reitor; ele simplesmente não tinha a gana para isso. Ele percebeu posteriormente, segundo conta, que ser um reitor de universidade “não era minha vocação”. Dessa maneira, viu-se forçado a enfrentar sua falta de autoconhecimento. Os líderes carecem de autoconhecimento, explica Bennis, sua capacidade decisória fica comprometida importa quais informações estejam a sua disposição; se você próprio não souber o que o impulsiona a fazer o que faz, a probabilidade de interpretar e utilizar mal esses dados aumenta significativamente. “A falta de autoconhecimento é a fonte cotidiana mais comum dos fracassos de liderança”, garante Bennis.
“Muitos indivíduos capacitados que conheci ao longo dos anos e que se viram dirigindo organizações aspiravam a essa alta posição sem saber o que isso envolvia e o que o futuro lhes reservava. Eles queriam ser presidentes, mas não fazer o trabalho de um presidente. Essa é a primeira pergunta que faço a todos os líderes de alto potencial. Você sabe o que o espera, e você sabe se o papel se adapta a seu conjunto de habilidades e ao que você tem de melhor? E exatamente isso que eu não me perguntei”, explica o especialista.
O espectro completo
A formação de uma base maior de conhecimento sobre as próprias circunstâncias é o elemento crucial para a eliminação dos três filtros que Bennis identificou.  De acordo com o especialista, os líderes inteligentes sabem que muito provavelmente seu poder os isolará. Então, eles adotam atitudes para se resguardar desse isolamento, tanto antes como depois de tomar decisões.
Quando Clark Clifford assumiu o Departamento de Defesa dos EUA, sucedendo Robert McNamara, durante a guerra do Vietnã, “ele começou a conversar com pessoas de todos os níveis da organização, não só com seus subordinados diretos, para não receber apenas as notícias de sempre”, conta Bennis. “Robert Carter, diretor-financeiro do FedEx, freqüente mente realiza reuniões gerais com seu pessoal e encoraja a franqueza ao almoçar todo mês com oito funcionários”, acrescenta.
Bennis sugere que os líderes levem essa estratégia um passo adiante, adotando um processo de discussão posterior à tomada inicial de decisão. Assim, a liderança terá a oportunidade de repassar o raciocínio por trás de uma decisão antes de implantar um plano de ação.
Por exemplo: depois que os membros do conselho de administração da GE concluíram que a melhor opção seria designar Jeff Immelt como sucessor de Jack Welch, o conselho levou três semanas estudando a recomendação, a fim de permitir que a decisão amadurecesse antes de fazer a votação final e o comunicado oficial.
Os líderes devem sempre estar certos de que possuem o espectro completo de dados e opiniões, recomenda Bennis. “Acho que os melhores líderes fazem como Henrique V agia”, observa ele. Na véspera da batalha, “ele tirava suas vestes reais, vestia o uniforme de campanha de um soldado raso, saía e se misturava à tropa, perguntando-lhes o que estava acontecendo”.

quinta-feira, 8 de maio de 2014

COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL (Verdade e Amor) Aula 8 2014



1.  COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL

Kleber Nascimento(1)

1.1 Verdade e Amor

O relacionamento será tanto mais frutífero, quanto maior for a eficácia do processo de comunicação. Em muitos relacionamentos — profissionais, sociais, afetivo-emocionais — as pessoas não conseguem ajudar-se mutuamente, facilitando o desempenho uma da outra, porque sua comunicação interpessoal é cheia de “ruídos”.

Para se beneficiar reciprocamente do relacionamento é indispensável alcançar e preservar um nível de confiança mútua a fim de que haja uma comunicação genuína, a qual depende fundamentalmente do dar e receber feedback, a ser exercitado dia a dia.

O que se precisa compreender é que não basta a veracidade do conteúdo para que o feedback seja aproveitado. È indispensável perguntar-se por quê, qual a motivação para oferecê-la ao outro.



1.2 Como Superar Dificuldades

  • Estabelecendo uma relação de confiança recíproca para diminuir as barreiras entre comunicador e receptor.
  • Reconhecendo que o feedback é um processo de exame contínuo.
  • Aprendendo a ouvir, a receber feedback sem reações emocionais (defensivas) intensas.
  • Aprendendo a dar feedback de forma habilidosa, sem conotações intensas.

Todos nós precisamos de feedback, tanto do positivo quanto do negativo. A dificuldade reside em que, no âmbito da igreja, as pessoas não estão acostumadas a serem avaliadas por seu desempenho no ministério. Deverá haver uma relação de amor muito forte de modo que, quando formos corrigir a pessoa, ela se sinta amada e cuidada através da correção. E que o real motivo da exortação é o crescimento dela.

Necessitamos saber o que estamos fazendo inadequadamente, como também o que conseguimos fazer bem, para podermos corrigir as ineficiências e mantermos os acertos.

Os dados subjetivos referentes a sentimentos e emoções também são importantes no processo de feedback. Por exemplo: “Quando você fez aquilo, senti-me numa situação muito desagradável”. Isto não tem por objetivo invalidar os motivos da outra pessoa, apenas indicar como as ações repercutiram em nós. Não sabemos porque agiu assim, sabemos, porém, como o seu comportamento nos fez sentir.

Quando recebemos feedback de uma pessoa, precisamos confrontá-lo com reações de outras pessoas para verificar se precisamos mudar nosso comportamento de maneira geral ou somente em relação àquela pessoa. Se mais de três pessoas comentam o mesmo de você, provavelmente não são elas que precisam mudar e sim você.









• VERDADE / AMOR — A verdade por amor recria

O conteúdo do feedback que trocam entre si é autêntico, íntegro. O que motiva o feedback é a consciência de propiciar o crescimento. O amor ao próximo.

• MENTIRA / AMOR — A mentira por amor é bondade vazia.

O conteúdo do feedback que trocam entre si, tanto em nível do pensamento quantos dos sentimentos, não é autêntico. Não dizem realmente o que pensam e nem revelam o que sentem (mentira).

• VERDADE / DESAMOR — A verdade por desamor infecta.

O conteúdo do feedback é verdade e a sua motivação é desamor. A motivação é desamor, é magoar, diminuir, enquadrar, humilhar, “dar o troco”, subjugar.

• MENTIRA / DESAMOR — A mentira por desamor putrefaz

O conteúdo do feedback é um vale-tudo, aproveitam-se alguns fatos, mudam-se as ênfases, acrescentam-se outros dados. Sempre é válido mentir, caluniar, contanto que se destrua o outro.

Provérbios 25:11 diz: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita ao seu tempo.”

Com isto concluímos que as palavras que falamos devem ser:
  • Quanto ao conteúdo: verdadeiras.
  • Quanto à forma de comunicação: amorosas.
  • Quanto ao tempo: ditas na hora apropriada.
  • VAP: Verdadeiras, Amorosas e no Tempo correto.

quarta-feira, 7 de maio de 2014

Estilos de Liderança (Aula 7) 2014


Relações humanas versus exercício da tarefa.
            O gráfico abaixo mostra dois eixos cartesianos que comparam as relações humanas com o exercício da tarefa. A combinação destes dois eixos nos dá o enquadramento de quatro tipos diferentes de estilos de liderança.Tente fazer um exercício inicial marcando onde você se encontra no exercício do seu estilo liderança. Para se aprofundar nas características de cada estilo, estude o gráfico na página abaixo.




Abaixo seguem os 4 tipos de liderança:




sábado, 5 de abril de 2014

Trindade

A Trindade

A Trindade é um daqueles temas muito importantes da Teologia, mas que é muito difícil de se explicar. Os cristãos de um modo geral creem nela sem saber explicar muito bem porque o fazem, e estes são atacados constantemente pelos Testemunhas de Jeová que vão tentar “provar “ pra você que este termo não está na Bíblia e que foi inventado por Tertuliano. A verdade é que a Trindade existe, está exposta na Bíblia claramente (não na Tradução do Novo Mundo), mesmo que não seja fácil de explicá-la, é muito fácil de crer,  pois a Bíblia toda manifesta esta verdade. Conhecereis a verdade é ela te libertará, toda verdade liberta e a verdade sobre a Trindade não é diferente. Boa leitura.
Há cinco pilares que norteiam o livro o conhecimento de Deus, livro que estamos estudando como igreja, dentre estes pilares está a Trindade. Apresentamos os cinco pilares neste momento e vamos dar uma apronfundada no estudo sobre Trindade e depois queremos aprofundar cada tema(pilar) apresentado.
Cinco verdades básicas — cinco princípios fundamentais do conhecimento de Deus que os cristãos possuem — determinarão todo nosso programa, como segue:
1.      Revelação— Deus falou aos homens, e a Bíblia é sua Palavra, que nos foi dada a fim de nos tornar sábios para a salvação.
2.      Soberania— Deus é Senhor e Rei deste mundo; ele governa todas as coisas para sua glória, mostrando sua perfeição em tudo o que faz, a fim de que homens e anjos possam louvá-lo e adorá-lo.
3.   Salvação— Deus é Salvador, ativo em amor soberano mediante o Senhor Jesus Cristo para salvar os crentes da culpa e do poder do pecado, adotá-los como filhos e assim abençoá-los.
4.    Trindade— Deus é triúno. Há em Deus três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo; e a obra da salvação é operada pelos três ao mesmo tempo: o Pai propõe a redenção, o Filho a assegura e o Espírito a aplica.
5.   Piedade— Significa responder à revelação de Deus com confiança, obediência, fé, adoração, oração, louvor, submissão e serviço. A vida deve ser vista e vivida à luz da Palavra de Deus. Isto, e nada mais, é a verdadeira religião.




Cinco Pilares do Conhecimento de Deus[1]



Deus em Três Pessoas: a Trindade[2]
A - A Doutrina da Trindade Revela-se progressivamente nas Escrituras

É importante lembrar a doutrina da Trindade em relação com o estudo dos atributos de Deus. Quando concebemos a Deus como ser eterno, onipresente, onipotente e assim por diante, talvez tenhamos a tendência, em relação a esses atributos, de concebê-lo apenas como Deus Pai. Mas o ensinamento bíblico sobre a Trindade nos diz que todos os atributos de Deus valem para as três pessoas, pois cada uma delas é plenamente

Podemos definir a doutrina da Trindade do seguinte modo: Deus existe eternamente como três pessoas — Pai, Filho e Espírito Santo — e cada pessoa é plenamente Deus, e existe só um Deus.
1. A revelação parcial no Antigo Testamento.

A palavra trindade não se encontra na Bíblia, embora a idéia representada pela palavra seja ensinada em muitos trechos. Trindade significa “tri-unidade” ou “três-em-unidade”. É usada para resumir o ensinamento bíblico de que Deus é três pessoas, porém um só Deus.

Às vezes se pensa que a doutrina da Trindade se encontra somente no Novo Testamento, e não no Antigo. Se Deus existe eternamente como três pessoas, seria surpreendente não encontrar indicações disso no Antigo Testamento. Embora a doutrina da Trindade não se ache explicitamente no Antigo Testamento, várias passagens dão a entender ou até implicam que Deus existe como mais de uma pessoa.
2. A revelação mais completa da Trindade no Novo Testamento.

Quando começa o Novo Testamento, entramos na história da vinda do Filho de Deus à terra. Era de esperar que esse grande acontecimento se fizesse acompanhar de ensinamentos mais explícitos sobre a natureza trinitária de Deus, e de fato é isso que encontramos. Antes de analisar a questão com pormenores, podemos simplesmente listar várias passagens em que as três pessoas da Trindade são mencionadas juntas.


B. Três Declarações que Resumem o Ensino Bíblico

Em certo sentido a doutrina da Trindade é um mistério que jamais seremos capazes de entender plenamente. Podemos, todavia, compreender parte da sua verdade resumindo o ensinamento das Escrituras em três declarações:

a. Deus é três pessoas.

b. Cada pessoa é plenamente Deus.

c. Há só um Deus.
1. Deus é três pessoas.

O fato de ser Deus três pessoas significa que o Pai não é o Filho; são pessoas distintas. Significa também que o Pai não é o Espírito Santo, mas são pessoas distintas. E significa que o Filho não é o Espírito Santo. Essas distinções se mostram em várias das passagens citadas na seção anterior, bem como em muitas outras passagens do Novo Testamento.
2. Cada pessoa é plenamente Deus.

Além do fato de serem as três pessoas distintas, as Escrituras também dão farto testemunho de que cada pessoa é plenamente Deus.

Primeiro, Deus Pai é claramente Deus. Isso se evidencia desde o primeiro versículo da Bíblia, no qual Deus cria o céu e a terra. É evidente em todo o Antigo e no Novo Testamento, nos quais Deus Pai é retratado nitidamente como Senhor soberano de tudo e onde Jesus ora ao seu Pai celeste.

Também, o Filho é plenamente Deus. Embora esse ponto seja desenvolvido com mais pormenores no capítulo 26 (“A Pessoa de Cristo”), podemos aqui mencionar de passagem vários trechos explícitos. João 1.1-4

Além disso, o Espírito Santo é também plenamente Deus. Uma vez que entendamos que Deus Pai e Deus Filho são plenamente Deus, então as expressões trinitárias em versículos como Mateus 28.19 (“batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”) se revestem de relevância para a doutrina do Espírito Santo, pois mostram que o Espírito Santo está classificado no mesmo nível do Pai e do Filho.
3. Só há um Deus.

As Escrituras deixam bem claro que só existe um único Deus. As três diferentes pessoas da Trindade são um não apenas em propósito e em concordância no que pensam, mas um em essência, um na sua natureza essencial. Em outras palavras, Deus é um só ser. Não existem três Deuses. Só existe um Deus.
4. As soluções simplistas necessariamente negam um dos ensinamentos bíblicos.

Agora temos três proposições, todas elas ensinadas nas Escrituras.

1. Deus é três pessoas.

2. Cada pessoa é plenamente Deus.

3. Só há um Deus.





Antigo diagrama da Trindade[3]

5. Todas as analogias têm falhas.

Se não podemos adotar nenhuma dessas soluções simplistas, então como juntar as três verdades bíblicas para assim sustentar a doutrina da Trindade? As pessoas já usaram várias analogias retiradas da natureza ou da experiência humana para tentar explicar essa doutrina. Embora tais analogias sejam úteis num nível elementar de compreensão, todas elas se revelam inadequadas ou ilusórias numa reflexão mais aprofundada.
6. Deus existe eterna e necessariamente como Trindade.

Quando o universo foi criado, Deus Pai proferiu as potentes palavras criadoras que o geraram; Deus Filho foi o agente divino que executou essas palavras (Jo 1.3; 1Co 8.6; Cl 1.16; Hb 1.2) e o Espírito de Deus “pairava por sobre as águas” (Gn 1.2). Então é como seria de esperar: se os três membros da Trindade são igual e plenamente divinos, então todos eles existiram desde a eternidade, e Deus sempre existiu eternamente como Trindade (cf. também Jo 17.5, 24).



c. A negação de qualquer uma dessas três proposições que resumem o ensino bíblico sempre gerou erros
1. O modalismo

Afirma que existe só uma única pessoa, que se revela a nós de três diferentes formas (ou “modos”). Em momentos distintos da história alguns pregaram que Deus não é de fato três pessoas diferentes, mas uma única pessoa que se revela às pessoas de “modos” diversos em momentos diferentes. Por exemplo, o Deus do Antigo Testamento se revelou como “Pai”. Nos evangelhos, essa mesma pessoa divina se revelou como “Filho”, na vida e no ministério de Jesus. Depois do Pentecostes, essa mesma pessoa então se revelou como o “Espírito” ativo na igreja.
2. O arianismo

Nega a plena divindade do Filho e do Espírito Santo.

a. A controvérsia ariana. O termo arianismo vem de Ário, bispo de Alexandria, cujas opiniões foram condenadas no Concílio de Nicéia em 325 d.C., e que morreu em 336 d.C. Ário pregava que Deus Filho foi em dado momento criado por Deus Pai e que antes desse momento o Filho não existia, nem o Espírito Santo, mas somente o Pai. Assim, embora o Filho seja um ser celeste anterior ao resto da criação e bem maior do que todo o resto da criação, ele não se iguala ao Pai em todos os seus atributos — pode-se até dizer que é “igual ao Pai” ou “semelhante ao Pai” na sua natureza, mas não se pode dizer que é “da mesma natureza” do Pai.

b. Subordinacionismo. Ao afirmar que o Filho era da mesma natureza do Pai, a igreja primitiva também excluiu outra falsa doutrina correlata: o subordinacionismo. Enquanto o arianismo sustentava que o Filho era criado e não divino, o subordinacionismo defendia que o Filho era eterno (não criado) e divino, mas ainda assim não igual ao Pai no seu ser e nos seus atributos — o Filho era inferior ou “subordinado” no seu ser a Deus Pai.2 7 Orígenes (c. 185 – c. 254 d.C.), um dos pais da igreja primitiva, advogava uma forma de subordinacionismo ao sustentar que o Filho é inferior ao Pai no seu ser e que deriva eternamente o seu ser do Pai. Orígenes tentava proteger a distinção de pessoas e escrevia antes da formulação clara da doutrina da Trindade na igreja. O restante da igreja não o seguiu, mas claramente rejeitou o seu ensinamento no Concílio de Nicéia.

c. Adocianismo. Antes de deixar para trás a discussão do arianismo, é preciso mencionar outra falsa doutrina correlata. O “adocianismo” é a concepção de que Jesus viveu como homem comum até seu batismo, quando Deus o “adotou” como “Filho”, conferindo-lhe poderes sobrenaturais. Os adocianistas não concordariam que Cristo existia antes de ter nascido como homem; portanto, não considerariam Cristo eterno, nem o enxergavam como o ser sublime e sobrenatural criado por Deus, que era a crença dos arianos. Mesmo depois da “adoção” de Jesus como “Filho” de Deus, eles não o julgavam detentor de uma natureza divina, mas apenas um homem sublime que Deus chamava de “Filho” num sentido único.

d. A expressão filioque. Ao lado do Credo de Nicéia, importa mencionar breve-mente outro capítulo infeliz da história da igreja, a saber, a controvérsia sobre a inserção da expressão filioque no Credo de Nicéia, inserção que acabou gerando o cisma entre o cristianismo ocidental (católico romano) e o cristianismo oriental (composto hoje por várias ramificações dos ortodoxos orientais, como a Igreja Ortodoxa Grega, a Igreja Ortodoxa Russa, etc.) em 1054 d.C.

Filioque é uma expressão latina que significa “e do Filho”. Não foi incluída no Credo de Nicéia, nem na primeira versão de 325 d.C. nem na segunda, de 381 d.C. Essas versões diziam simplesmente que o Espírito Santo “procede do Pai”. Mas em 589 d.C., num concílio regional da igreja em Toledo (região que hoje faz parte da Espanha), acrescentou-se a frase “e do Filho”; assim, o credo então dizia que o Espírito Santo “procede do Pai e do Filho (filioque)”. À luz de João 15.26 e 16.7, onde Jesus disse que enviaria o Espírito Santo ao mundo, aparentemente não poderia haver objeção a tal frase se significasse que o Espírito Santo procedeu do Pai e do Filho num momento determinado (especialmente no Pentecostes). Mas trata-se de uma afirmação sobre a natureza da Trindade, e interpretou-se que a expressão falava de uma relação eterna entre o Espírito Santo e o Filho, algo que as Escrituras jamais abordam explicitamente. A forma do Credo de Nicéia que trazia essa expressão adicional gradualmente alcançou aceitação geral e recebeu endosso oficial em 1017 d.C. Toda a controvérsia complicou-se por conta da política eclesiástica e da luta pelo poder dentro da igreja, e essa questão doutrinária aparentemente bem insignificante tornou-se o pomo de discórdia no cisma entre o cristianismo oriental e o ocidental em 1054 d.C. (A questão política subjacente, porém, era a relação da igreja oriental com a autoridade do papa.) A controvérsia doutrinária e o cisma que gerou os dois ramos do cristianismo não foram solucionadas até hoje.

e. A importância da doutrina da Trindade. Por que a igreja tanto se ocupou da doutrina da Trindade? Será realmente essencial apegar-se à plena divindade do Filho e do Espírito Santo? Certamente sim, pois esse ensinamento traz implicações para o próprio cerne da fé cristã. Em primeiro lugar, está em jogo a expiação. Em segundo lugar, a justificação somente pela fé fica ameaçada se negamos a plena divindade do Filho. Em terceiro lugar, se Jesus não é o Deus infinito, será que devemos nos dirigir a ele em oração ou adorá-lo? Na verdade, se Jesus é meramente uma criatura, por maior que seja, seria idolatria adorá-lo — e no entanto o Novo Testamento nos ordena fazê-lo (Fp 2.9-11; Ap 5.12-14). Em quarto lugar, se alguém prega que Cristo foi um ser criado e, mesmo assim, nos salvou, então esse ensinamento atribui erroneamente o mérito da salvação a uma criatura, e não ao próprio Deus. Em quinto lugar, a independência e a natureza pessoal de Deus estão em jogo: se a Trindade não existe, então não houve relacionamentos interpessoais dentro do ser divino antes da criação, e, sem relacionamento pessoais, é difícil entender como Deus poderia ser genuinamente pessoal ou como não teria a necessidade da criação para com ela relacionar-se. Em sexto lugar, a unidade do universo está em jogo: se não há pluralidade perfeita e unidade perfeita no próprio Deus, então também não temos fundamento para pensar que possa existir alguma unidade última entre os diversos elementos do universo.

3. O triteísmo nega que só existe um único Deus. Uma última forma possível de tentar uma harmonização fácil do ensino bíblico sobre a Trindade seria negar que só existe um único Deus. O resultado é dizer que Deus são três pessoas, e cada pessoa, plenamente Deus. Portanto, existem três Deuses. Tecnicamente, essa concepção se denominaria “triteísmo”.




Quais as distinções entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo?
1. As pessoas da Trindade têm funções primordiais diferentes em relação ao mundo.

Quando as Escrituras abordam o modo como Deus se relaciona com o mundo, tanto na criação quanto na redenção, afirmam que as pessoas da Trindade têm funções ou atividades primordiais diferentes. Isso já foi chamado de “economia da Trindade”, sendo o termo economia usado no sentido obsoleto de “ordenamento de atividades”.
2. As pessoas da Trindade existem eternamente como o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Não, não parece possível que essas coisas pudessem ocorrer, pois o papel de comandar, dirigir e enviar é apropriado à posição do Pai, segundo a qual se molda toda paternidade humana (Ef 3.14-15). E o papel de obedecer, partindo quando o Pai o envia e revelando Deus a nós, é apropriado ao papel do Filho, que é chamado Verbo de Deus (cf. Jo 1.1-5, 14, 18; 17.4; Fp 2.5-11). Esses papéis não poderiam ter sido trocados, senão o Pai deixaria de ser o Pai, e o Filho deixaria de ser o Filho. E, por analogia com essa relação, podemos concluir que o papel do Espírito Santo é igualmente apropriado à relação que ele já tinha com o Pai e o Filho antes que o mundo fosse criado.Essas relações são eternas, e não algo que ocorreu somente no tempo. Podemos deduzir isso primeiramente da imutabilidade de Deus (ver capítulo 11): se Deus existe hoje como Pai, Filho e Espírito Santo, então ele sempre existiu como Pai, Filho e Espírito Santo.
3. Qual a relação entre as três pessoas e o ser de Deus?

Primeiro,é importante afirmar que cada pessoa é completa e plenamente Deus; ou seja, que cada pessoa tem em si a absoluta plenitude do ser divino. Por outro lado, precisamos dizer que as pessoas são reais, que não são apenas modos diferentes de enxergar o ser único de Deus. (Isso seria modalismo ou sabelianismo, como já vimos acima.)
4. Será que podemos compreender a doutrina da Trindade?

Os erros cometidos no passado devem-nos servir de alerta. Todos eles surgiram de tentativas de simplificar a doutrina da Trindade para torná-la completamente inteligível, removendo dela todo o mistério. Isso jamais podemos fazer. Porém, não é correto dizer que não podemos compreender nada da doutrina da Trindade. Certamente podemos compreender e saber que Deus é três pessoas, e que cada pessoa é plenamente Deus, e que só há um Deus. Podemos saber essas coisas porque a Bíblia as ensina. Além disso, podemos saber algumas coisas acerca do modo como as pessoas se relacionam umas com as outras (ver a seção acima). Mas o que não podemos compreender plenamente é como encaixar esses diferentes ensinamentos bíblicos. Perguntamo-nos como pode haver três pessoas distintas, como cada pessoa pode conter em si a totalidade do ser divino, e como, apesar disso, Deus é um ser único e indiviso. Isso não somos capazes de compreender. De fato, nos é espiritualmente saudável reconhecer abertamente que o ser divino em si é tão imenso que jamais poderemos vir a compreendê-lo. Isso nos humilha diante de Deus e leva-nos a adorá-lo sem reservas.

Mas também é preciso dizer que as Escrituras não nos pedem que creiamos numa contradição. Contradição seria dizer: “só existe um único Deus e não existe um único Deus” ou “Deus é três pessoas e Deus não é três pessoas” ou mesmo (semelhante à afirmação precedente) “Deus é três pessoas e Deus é uma pessoa”.

Como Deus em si mesmo contém tanto a unidade quanto a diversidade, não é de admirar que unidade e diversidade também se reflitam nas relações humanas que ele firmou. Percebemos isso inicialmente no casamento. Quando Deus criou o homem à sua própria imagem, não criou meros indivíduos isolados, mas diz-nos a Bíblia: “homem e mulher os criou” (Gn 1.27). E na unidade do casamento (ver Gn 2.24) percebemos não uma triunidade como em Deus, mas pelo menos uma notável unidade de duas pessoas, pessoas que permanecem indivíduos distintos, porém se tornam um só em corpo, mente e espírito (cf. 1Co 6.16-20; Ef 5.31).

Compreender Deus totalmente seria colocar Deus em uma mente humana, isto é impossível! Em parte conhecemos e em parte profetizamos, no futuro conheceremos como somos conhecidos, os pensamentos de Deus são mais altos que os nossos e fomos feitos um pouco menos do que os anjos. Nos resta entender o que pode ser entendido, crer no que está revelado, progredir no que já sabemos e caminhar pela fé.

Só a Deus toda glória!






[1] Baseado no livro o Conhecimento de Deus. James I Packer; Ed Mundo Cristão.


[2] Resumo do livro Teologia Sistemática, Wayne Grudem; Ed. Vida Nova. Vale a pena ter o livro.


[3] Teologia Cristã em Quadros. Ed Vida.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Liderança Situacional e Papéis do Administrador (O pastor enquanto Líder de uma organização) Aula 6



Papeis do Administrador (Resumão)
R.: Diz respeito ao trabalho ou ao comportamento desempenhado pelo administrador para atingir as metas da organização. Segundo Mintzberg os 10 atributos do administrador são:

1.Disseminar;
2.Controlar Distúrbios;
3.Empreendedor;
4.Ser o expoente;
5.Liderar;
6.Mediar;
7.Monitorar;
8.Negociar;
9.Alocar recursos;
10.Ser o porta-voz.