sábado, 22 de outubro de 2011

Deus É Soberano sobre Sua Soberania

Caros
Este é um dos pontos principais do calvinismo, onde estes acusam os arminianos de macularem a soberânia de Deus, bem esta é uma boa explicação: Deus manda tanto que manda em si mesmo, se limitando ou não.
Leiam



Deus É Soberano sobre Sua Soberania
Roger E. Olson
Os batistas têm o habito de reciclar temas teológicos calorosos. A soberania de Deus e o livre-arbítrio humano é um que vive aparecendo. Agora mesmo, o debate entre calvinistas e arminianos está esquentando novamente. Recentemente, um presidente de um seminário batista sugeriu que a Convenção Batista do Sul não tem lugar para os arminianos, o que deve ter sido um choque aos milhões de crentes no livre-arbítrio que são leais batistas do sul.
O que muitas pessoas não notam é que calvinistas e arminianos concordam que Deus é soberano e que Deus governa providencialmente sobre a criação e predestina pessoas para salvação. Suas áreas de acordo são muito maiores do que seus desacordos sobre interpretações específicas destes conceitos bíblicos.
Soberania tem a ver com o governo de Deus de todas as coisas; a doutrina cristã da soberania de Deus é que Deus está no comando do universo e tudo nele. Ele domina sobre ele. Providência é quase idêntico à soberania; ela trata do modo no qual Deus domina sobre sua criação.
Predestinação é outra doutrina ligada à soberania de Deus, mas não é idêntica à providência. Predestinação é o ensino bíblico que Deus preordena ou pré-conhece quais de suas criaturas humanas serão salvas. Os “eleitos” são escolhidos por Deus. Sobre estas doutrinas, calvinistas e arminianos concordam. Eles discordam sobre o papel que o livre-arbítrio desempenha em se uma pessoa está entre os eleitos e assim predestinada por Deus. Os calvinistas negam o livre-arbítrio como poder de escolha contrária e afirmam que a graça de Deus é irresistível. Os arminianos acreditam em livre-arbítrio como poder de escolha contrária e dizem que a graça nunca é imposta sobre ninguém; as pessoas podem e resistem à graça de Deus.
Seguindo o teólogo holandês Jacob Arminius (que morreu em 1609), os arminianos creem que Deus é soberano. De fato, Deus é tão soberano que ele é soberano sobre sua soberania. Em outras palavras, Deus limita seu poder para dar espaço ao poder humano da livre escolha, incluindo a liberdade para resistir à graça. Livre-arbítrio não é um resíduo de bondade humana que sobreviveu à queda no jardim; é um dom da graça de Deus que nos capacita a responder livremente à oferta de Cristo no evangelho.
O Calvinismo é a crença no determinismo divino; Deus é a realidade toda-determinante que soberanamente planeja e controla todos os eventos, incluindo as escolhas livres dos humanos. Os arminianos perguntam quão livres as pessoas podem ser se suas decisões são controladas. Os arminianos querem saber como Deus é bom e amoroso à luz da combinação do mal no mundo e a soberania e o poder todo-determinante de Deus. Até mesmo o mais inflexível dos calvinistas hesita em lançar a culpa do pecado e do mal em Deus. Após falar sobre o poder todo-determinante de Deus, eles se esquivam de dizer que Deus determinou a queda da humanidade no jardim ou o holocausto de Hitler. Uns poucos audaciosos vão em frente e dizem que Deus até mesmo causou os atos terroristas de 11 de setembro.
Nós que cremos na real liberdade da vontade, liberdade e poder de escolha contrária, vemos isso como a única forma de livrar-se de tornar Deus o autor do pecado e do mal. Um Deus que determina pessoas a pecar, ainda que somente por “permissão eficaz” (retirando a graça necessária para não pecar), é o pecador último. Um Deus que poderia salvar alguém, porque a salvação é incondicional, mas passa por alto de muitos – enviando-os para a condenação eterna – é moralmente ambíguo na melhor das hipóteses. Como John Wesley comentou, se isto é amor, é um amor que faz gelar o sangue.
Reconhecidamente, a maioria dos calvinistas não segue a lógica de sua própria concepção da soberania de Deus a sua justa e necessária conclusão. Eles afirmam que Deus é amoroso, mas dizem que “mundo” em Jo 3.16 não se refere a todos, mas a pessoas de toda tribo e nação – os eleitos. Deus ama todas as pessoas de alguma forma, mas somente os eleitos de todas.
Os arminianos acreditam no amor universal de Deus por todas as pessoas criadas à sua imagem e semelhança. Deus não quer que ninguém pereça, senão que todos alcancem o arrependimento (2Pe 3.9), porque ele deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade (1Tm 2.4).
Claramente, Deus não consegue completamente o que quer, porque ele é soberano sobre sua soberania e permite que pessoas pecadoras se oponham à sua vontade. Mas isso de forma alguma diminui sua grandeza ou poder; é evidência de sua autolimitação e respeito amoroso pelas pessoas.

Calvinismo

Queridos

Esta segunda postagem visa explicar a doutrina calvinista sob um olhar calvinista mesmo.
Com breves explicações minhas em parênteses.

Esta não é a minha posição, mas discordo respeitosamente publicando da forma que foi esboçada e posteriormente farei minha críticas.
http://monergismo.com/?p=1607

Soteriologia Calvinista

(soter=salvar, logia=estudo, estudo sobre a salvação)


Publicado em 15 de maio de 2009 – 11:39
por Mark Duncan
A soteriologia calvinista é comumente definida em termos do acrônimo TULIP:
A. Depravação Total (Incapacidade Total)
B. Eleição Incondicional
C. Expiação (Definida) Limitada
D. Graça Irresistível (Eficaz)
E. Perseverança dos Santos
Ou
Os Cinco Pontos do Calvinismo são:
T Total Depravity Depravação Total
U Unconditional Election Eleição Incondicional
L Limited Atonement Expiação Limitada
I Irresistible Grace Graça Irresistível
P Perseverance of Saints Perseverança dos Santos

Duane Edward Spencer
A. DEPRAVAÇÃO TOTAL (INCAPACIDADE TOTAL)
A total depravação é o ensino bíblico que o homem foi tão afetado pela queda que é totalmente incapaz de fazer qualquer bem espiritual e é, portanto, impossível que ele faça algo de si mesmo que contribua para a sua salvação. O homem não regenerado está espiritual e pactualmente morto e não pode entender a verdade espiritual. Ele, portanto, não tem capacidade de escolher a Deus.
Jesus mostra claramente que Ele ensinou a doutrina da incapacidade total. Em Mateus 13.11-17, Ele explica aos Seus discípulos a razão pela qual ensinava em parábolas. Ele lhes diz que eles tinham recebido a capacidade de conhecer os mistérios do reino, mas a outros isso não tinha sido concedido. Jesus estava ensinando que o homem caído não tem naturalmente a capacidade de entender Sua verdade. Nosso Senhor diz que tal capacidade é um dom de Deus. Jesus fala mais sobre o coração depravado e enganoso do homem em Mateus 15.19: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.”
Enquanto explicando a natureza do novo nascimento a Nicodemos em João 3, Jesus diz ao letrado mestre judeu que ninguém pode entrar no reino de Deus, a menos que tenha nascido de cima. A analogia da salvação como um novo nascimento é significante. Nenhum de nós teve a capacidade de escolher o tempo e o lugar do nosso nascimento, nossa raça, ou qualquer outra característica genética. Um bebê não escolhe nascer pelo ato de sua vontade. O bebê não é capaz de fazê-lo. Assim se dá com o novo nascimento.
Em João 6.44, Jesus fala da total incapacidade do homem vir a Ele sem a graça compelidora do Pai. “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.” O homem caído não pode mudar sua própria natureza (e consequente incapacidade espiritual) não mais que um leopardo pode mudar suas manchas (Jr. 13:23), tornando-se dessa forma impossível que um pecador escolha a Deus antes da obra regeneradora do Espírito Santo. À luz dessas declarações deveria ser mais que abundantemente claro que o Filho do Homem ensinou a doutrina da incapacidade humana.
B. ELEIÇÃO INCONDICIONAL
Nosso Senhor não somente ensinou a doutrina da eleição como um axioma, mas também fez referência à doutrina como uma pressuposição. Em Mateus 24, onde Jesus descreve a Grande Tribulação – que no contexto é claramente um evento no primeiro século – somos ensinados no versículo 22, que por causa dos eleitos, aqueles dias seriam abreviados. Por definição, “eleito” refere-se a alguém que foi escolhido por outro, não alguém que escolheu a si mesmo.
Jesus também ensinou a eleição em preceito. Ele diz em João 5.21 que Ele dá a vida à “aqueles que quer”. João 6.37 registra nosso Senhor dizendo às multidões que aqueles que veem a Ele são dados pelo Pai: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” A eleição é ilustrada também na escolha dos outros. Jesus diz a eles em João 15.16 que eles não O escolheram, mas que foram escolhidos por Ele. Mateus 11.27: “Todas as coisas me foram entregues por meu Pai, e ninguém conhece o Filho, senão o Pai; e ninguém conhece o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.”; João 3.8: “O vento assopra onde quer, e ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”; e João 6.37-66 são também declarações claras dos lábios do nosso Senhor ensinando a doutrina da eleição.
Se as palavras têm significado, Jesus ensinou a doutrina da eleição. Não há nada nas palavras do nosso Senhor que sequer sugira a possibilidade da distorção arminiana da doutrina que mantém que a eleição está de alguma forma condicionada sobre as ações livres dos homens. A passagem de João 6 é especialmente refrescante em dias quando há tanta pressão para satisfazer ouvidos com comichão. “E dizia: Por isso eu vos disse que ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido. Desde então muitos dos seus discípulos tornaram para trás, e já não andavam com ele” (João 6.65,66). Jesus não tinha medo de proclamar ousadamente a doutrina da eleição, mesmo se isso significasse perder seguidores.
C. EXPIAÇÃO LIMITADA (DEFINIDA)
Talvez a discordância mais acalorada entre calvinistas e arminianos seja sobre a extensão da expiação. A questão diante de nós é simplesmente essa: Por quem Cristo morreu? A vasta maioria dos cristãos evangélicos poderia responder assim: “A resposta é fácil: Cristo morreu por todo o mundo.” Essa resposta mui provavelmente seria acompanhada com o obrigatório texto prova de João 3.16. Concordo que a resposta é fácil, mas a resposta evangélica comum está errada. Está errada de acordo com ninguém outro senão o nosso Senhor Jesus Cristo mesmo.
A visão arminiana da expiação universal implica que seria de alguma forma injusto se Cristo não morresse por todos. Se, contudo, Cristo derramou Seu sangue precioso por todo o mundo, segue-se uma questão lógica: por que todos não são salvos? A resposta comum a essa pergunta é que a incredulidade impede a salvação de pecadores por quem Cristo morreu e derramou Seu sangue precioso. Se é assim, sou compelido a apontar a triste situação do arminiano. A incredulidade não é um pecado? Se Cristo morreu por todos os pecados de todos os homens, então todo o mundo estará no céu. Se Ele morreu por alguns dos pecados de todos os homens, então ninguém estará no céu. Esses sãos as duas opções do dilema arminiano. Além disso, se Jesus morreu uma morte que tornou a redenção uma possibilidade hipotética para todos, então na verdade isso não assegurou a salvação para ninguém. Não existe conforto numa propiciação que não propicia ou numa redenção que não redime. Os calvinistas limitam a extensão da expiação de Cristo, mas os arminianos limitam o poder dela.
Argumentos lógicos de lado, o que Jesus ensina sobre a extensão de Sua expiação? Nosso Senhor claramente limita Sua expiação em Sua declaração em Mateus 20.28, quando Ele descreve o propósito de Sua vinda: dar a Sua vida como um resgate por muitos. “Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” A grande passagem em João 10 é talvez a mais clara sobre essa questão. No vv. 11 e 15, Jesus diz que Ele dá a Sua vida pelas ovelhas. Os versículos 26 e 27 definem as ovelhas como aqueles que creem e seguem a Cristo. Portanto, Jesus está ensinando que Ele morreu somente por aqueles que creem nele. Em outras palavras, Jesus morreu somente pelos eleitos.
A oração sacerdotal de Cristo em João 17 é instrutiva também. Jesus não ora pelo mundo (v. 9). No versículo 20, Jesus diz que ele está orando por “aqueles que creem em mim”. Jesus estava orando em favor dos eleitos de Deus como Sumo Sacerdote deles. Contudo, Jesus não era apenas o Sumo Sacerdote, mas o sacrifício também. Como Sumo Sacerdote, Jesus não iria orar apenas pelos eleitos enquanto se oferecendo como sacrifício por todo indivíduo que viveria sobre a terra. Isso é similar a crer que os Sumos Sacerdotes de Israel ofereciam sacrifícios pelo Egito e pela Assíria no Dia de Expiação. Não, os sacerdotes ofereciam a Deus um sacrifício pelos pecados de Israel somente.
A vida, obra e ensino de Cristo demonstram claramente que Ele morreu por Seu povo (o Israel espiritual) e por eles somente.
D. GRAÇA IRRESISTÍVEL (EFICAZ)
Graça irresistível é a doutrina que mantém que um pecador não tem capacidade para recusar a graça especial de Deus ao trazer esse pecador à salvação. Os evangelhos revelam que Jesus ensinou tal doutrina?
Jesus ensinou que a graça eletiva de Deus não pode ser definitivamente recusada por um pecador obstinado. O homem, morto em seus delitos e pecados, não pode escolher a Deus. De modo oposto, um homem que recebeu a graça redentora não pode recusar tal graça. Em João 6.44, Jesus diz que ninguém pode vir a Ele, a menos que o Pai o traga. O verbo grego empregado aqui pode ser literalmente traduzido como “arrastar”. A graça eletiva de Deus é irresistível. Se Deus amou um indivíduo antes da fundação do mundo, se Cristo derramou Seu sangue redentor por esse pecador, Ele não permitirá que essa pessoa pereça. Ele “arrastará” esse pecador à salvação pelo poder do Seu evangelho.
A passagem familiar de João 3 também é ilustrativa da graça irresistível. Em sua conversa com Nicodemos, Jesus compara a salvação a um novo nascimento. É óbvio que um feto, quando a plenitude do tempo chegar, não pode recusar nascer! Antes, o corpo da mãe forçosamente expelirá a criança. A criança não é consultada. Deveríamos esperar que o nascimento espiritual fosse diferente? Se examinarmos nossa conversão, Deus nos implorou para sairmos do túmulo do pecado ou o poder de Deus nos expeliu das trevas para o Seu reino de luz, através do novo nascimento? Jesus nos deu a resposta.
E. PERSEVERANÇA DOS SANTOS
Os cinco pontos do Calvinismo estão inseparavelmente ligados. Se Deus nos amou desde a eternidade passada e Cristo derramou seu sangue precioso por nós, é uma necessidade lógica que estamos eternamente seguros. Jesus ensinou a doutrina da segurança eterna? Sim, de fato Jesus a ensinou.
Que tipo de vida Jesus concede aos crentes? Jesus diz repetidamente que Ele concede vida eterna (João 3.16: 3.36; 6.47) aos crentes. Embora incrivelmente simples, muitos cristãos não captam a importância desse argumento. Por que Jesus a chamaria de vida “eterna”, se existe uma possibilidade de perdê-la?
Se o leitor não estiver convencido ainda, considere novamente João 10. Jesus diz que aqueles (as ovelhas) por quem Ele morreu, nunca perecerão e que ninguém pode arrebatá-los da Sua mão (v. 28). Não existe lugar mais seguro que a mão de Cristo. Se você crê em Cristo, então é uma de Suas ovelhas. Se você é uma de Suas ovelhas, você jamais perecerá, pois o Bom Pastor deu a Sua vida por você e lhe concedeu o dom da vida eterna. Você está seguro em Sua amável mão!
Traduzido por Felipe Sabino de Araújo Neto
Maio/2009

O que é Arminianismo?

http://www.arminianismo.com/index.php?option=com_content&view=article&id=1217&Itemid=56

Queridos
Está será a primeira de uma série de artigos sobre Arminianismo e Calvinismo que postaremos com o fim de esclarecer as posições. Digo que de antemão que minha tendência é ser arminiana, mas estudando as Escrituras em alguns pontos sou calvinista e alguns aquilo que se chama neo-calvinismo.

Todo o estudo sistemático da Bíblia visa a uma organização do pensamento bíblico em cima de temas afins. Como é uma mente humana analisando uma mente Divina, teremos falhas e limitações. TODOS OS SISTEMAS SÃO FALHOS E O "MEU" NÃO É DIFERENTE DISTO.

Estas postagens vão ajudar ao estudante das Escritura a se posicionarem frente as diversas posições.

Os alunos do Betel e membros da Atos terão a chance de ler mais sobre o que dei aula.


Segue o primeiro que vem do sítio em parte do arminianismo.com:

O que é Arminianismo?

A posição de Jacob Armínio (1560-1609) e seus seguidores – frequentemente conhecidos como remonstrantes – quanto à graça, o livre-arbítrio, à predestinação e à perseverança dos crentes. Armínio era um teólogo calvinista holandês que, em todos aqueles pontos nos quais a tradição reformada diferia da católica ou da luterana, continuou sendo calvinista. É importante recordar isso, visto que frequentemente se diz que o arminianismo é o contrário do calvinisrno, quando na realidade tanto Arrnínio como seus seguidores eram calvinistas em todos os pontos, exceto nos que debatiam. Além disso, é necessário notar que o debate envolvia também o interesse de um dos grupos em sublinhar o calvinismo estrito a fim de salvaguardar a independência recentemente conquistada do país, enquanto que o outro buscava posições que tornassem mais fácil para o país comercializar com outros que não fossem estritamente calvinistas. Em parte, por essa razão, os calvinistas estritos fundamentavam seus argumentos sobre as Escrituras, e o princípio da justificação só pela graça, construindo sobre isso um sistema rigidamente lógico e racional, enquanto seus opositores desenvolveram argumentos igualmente coerentes fundamentados sobre os princípios geralmente aceitos da religião – razão pela qual em certo modo foram precursores do racionalismo.
Armínio envolveu-se em um debate quando resolveu refutar as opiniões daqueles que rejeitavam a doutrina calvinista estrita da predestinação. Mas então se convenceu de que eram eles que tinham razão, e se tornou o principal defensor dessa posição. Os calvinistas estritos que se opuseram a ele e que mais tarde condenaram seus ensinamentos eram supralapsarianos. Sustentavam que Deus havia decretado antes de tudo a eleição de alguns e a reprovação de outros, e depois havia decretado a queda e suas consequências, de tal modo que o decreto inicial da eleição e reprovação pudesse ser cumprido. Também sustentavam que as consequências da queda são tais que toda a natureza humana está totalmente depravada, e que o decreto da predestinação é tal que Cristo morreu unicamente pelos eleitos, e não por toda a humanidade. Em princípio, Armínio tratou de responder a essas opiniões adotando uma posição infralapsariana; mas logo se convenceu de que isso não bastava. Criticou então seus adversários argumentando, em primeiro lugar, que sua discussão dos decretos da predestinação não era suficientemente cristocêntrica, visto que o verdadeiro grande decreto da predestinação é aquele “pelo qual Cristo foi destacado por Deus para ser o salvador, a cabeça e o fundamento daqueles que herdarão a salvação”; e, em segundo lugar, que a predestinação dos fiéis por parte de Deus baseia-se em sua presciência de sua fé futura.
Visto que a doutrina da predestinação de seus opositores se fundamenta na primazia da graça, e de uma graça irresistivel, Armínio respondeu propondo uma graça “preveniente” ou “preventiva”, que Deus dá a todos, e que os capacita para aceitar a graça salvadora se assim decidirem. E, visto que a graça não é irresistivel, isso implica que é possível um crente, mesmo depois de haver recebido a graça salvadora, cair dela. Foi contra todas essas propostas dos arminianos que o Sínodo de Dordrecht, ou de Dort (1618-19) afirmou os cinco pontos principais do calvinismo estrito, a depravação total da humanidade, a eleição incondicional, a expiação limitada por parte de Cristo, a graça irresistivel, e perseverança dos fiéis.
As teorias de Armínio foram adotadas por vários teólogos de tradição reformada que não estavam dispostos a levar seu calvinismo às consequências que Dordrecht as havia levado. O mais destacado entre eles foi João Wesley (1703-91). Entre os batistas ingleses, aqueles que aceitaram o arminianismo receberam o nome de “batistas gerais”, porque insistiam que Cristo morreu por todos, enquanto que aqueles que ensinavam a expiação limitada foram chamados “batistas particulares”.
Justo L. González, Breve Dicionário de Teologia, p. 46, 47

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

BÍBLIA: PALAVRA DE DEUS

Queridos
Seguem os tópicos da palestra do Pr Henrique em nossa igreja(02/10/2011).


BÍBLIA: PALAVRA DE DEUS

Comunidade Atos, no Méier

02 de Outubro de 2011

Henrique Araujo

PERSPECTIVA CLÁSSICA

  • A Bíblia é a palavra de Deus, porque:
  • Porque suas profecias se cumprem minuciosamente;
  • Porque é inerrante;
  • Porque é viva e transforma o homem;
  • Porque é indestrutível: Dioclécio (303), Lênin, Stálin, Mao Tsé Tung, Inocêncio III não conseguiram;
  • Porque é isenta de contradições;
  • Porque se completa.

TEORIAS DE INSPIRAÇÃO

  • Inspiração Mecânica ou Ditado;
  • Inspiração Conceitual;
  • Graus de Inspiração;
  • Inspiração Natural ou Intuição;
  • Inspiração Mística (reforçou talentos);
  • Inspiração Verbal Plenária.
  • A Bíblia apresenta diversos gêneros literários pela ação Divina respeitante ao ser humano;
  • Ela não contém toda a verdade, mas tudo o que nela está é verdade.

LIBERALISMO TEOLÓGICO

  • Proposta: Fazer a Bíblia compreensível ao homem moderno à luz das descobertas científicas contemporâneas; A Bíblia contém a palavra de Deus;
  • Início: século XIX;
  • Expoentes: Friedrich Schleiermacher, Adolf von Harnack, Albrecht Ritschl, Walter Rauschenbusch;
  • Desdobramentos: Teologias Diversas; Escola da História das Religiões; Evangelho Social.
  • Ondas: 1930; 1960; 2000.

CRITICISMO BÍBLICO

  • Proposta Central: Examinar o texto bíblico coadunando-o com a ciência moderna;
  • Início: final do século XVIII (1792) com Johann Salomo Semler;
  • Método Histórico-Crítico;
  • Consequências: Teoria da Fonte Quelle; Teoria dos Documentos Múltiplos; Vários Isaías;
  • Desdobramentos: Crítica das Formas, Crítica das Fontes, Crítica da Redação

A OBSOLÊNCIA

Há muito o Liberalismo teológico já é considerado obsoleto na pesquisa bíblica mundial.

Entretanto, por desconhecimento ou deslumbramento, muitos ainda adotam a referida postura, fundamentando-se e entricheirando-se em um verdadeiro “fundamentalismo liberal” acusando qualquer discordante de fundamentalista, retrógrado ou pietista.

Na verdade, dados evidenciam o contrário:

HERMENÊUTICAS

  • Histórico-Gramatical;
  • Histórico-crítica;
  • Estruturalista;
  • Fundamentalista;
  • Psicológica / Intuição;
  • Existencialista;
  • Demitologização;
  • Marxista / materialista;
  • Escola Russa (arte não neutra);

Dúvidas Comuns

1ª DÚVIDA

n Se a Bíblia é (e é) Palavra de Deus, fonte de Toda a Verdade, Revelação de Deus ao Homem, Tesouro Precioso, por que muitos não se empenham em conhecê-la?

n Incredulidade;

n Preguiça;

n Acomodação;

2ª DÚVIDA

n Se a Bíblia é uma só, por que tantas teologias?

n Porque teologias são interpretações sistematizadas dos textos bíblicos que tem, em sua formação, pressupostos, fontes e métodos diferentes, resultando em construções variadas. Buscando também responder a questões contemporâneas, a teologia é constantemente reescrita.

3ª DÚVIDA

n Que dizer das “contradições” da Bíblia?

n Na grande maioria dos casos, o erro está no leitor:

n Em sua subjetividade;

n Em sua falta de reflexão;

n Em seu grau de conhecimento:

n Histórico;

n Cultural;

n Literário:

n Antropomorfismos;

n Personificações;

n Paradoxos.

n Em outros casos há o entendimento gradual completivo – 2Sm 24.1 e 1Cr 21.1.

4ª DÚVIDA

n Que dizer de supostos “erros históricos e cronológicos” da Bíblia?

n As cópias podem ter erros;

n As traduções podem ter erros;

n Todos têm plena explicação e harmonização;

5ª DÚVIDA

n Que dizer da Bíblia em questões científicas como “o sol parou” se foi a terra que parou?

n Isto ocorre em virtude da limitação humana. A Bíblia utiliza a linguagem de seu tempo; explicar a partir da percepção epocal não significa erro, mas contextualização; é a mesma questão das emoções no rim ou no coração, símbolo este que, até hoje, utilizamos para falar das emoções; seria a mesma coisa que dizermos que todo o conhecimento antes da nanotecnologia ou do advento da física quântica está errado. Não estava errado, apenas precisava ser aprofundado para que fosse elucidado mais precisamente (Jó 38-41; Jo 16.12);

CONCLUSÃO

Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção e para a instrução na justiça, para que o homem de Deus seja apto e plenamente preparado para toda a boa obra.

2Timóteo 3.16 e 17

n CONTATOS

www.teologiacontemporanea.com.br

pastorhenrique@uol.com.br

6ª DÚVIDA

n Então não poderíamos dizer que a linguagem de Jonas, Rute e do céu e inferno não é mitológica, pois era conhecimento epocal?

n Não, por várias razões:

n Porque nem tudo na História foi explicado por mito;

n Porque há evidências arqueológicas sobre os fatos;

n Porque Jesus utilizava linguagem simbólica quando necessário e tratava as histórias como fato histórico

7ª DÚVIDA

n Que dizer acerca dos textos de Jonas, Céu e Inferno, Jesus, ressurreição e ascensão, Milagres, Nascimento Virginal, Mar Vermelho, Dilúvio, dentre outros textos fantásticos? Seriam mitos?

n Estes textos são verossímeis e históricos. Salientamos as diferenças entre os mitos e a história:

n O mito é fantasioso – A história é real;

n O mito vale-se do fantástico – a história vale-se do realístico;

n O mito já era reconhecido como tal em tempo imediatamente posterior – a história permanece durante longo tempo;

n O mito tem uma estrutura – a história é variegada;

n O mito não tem indícios – a história apresenta raízes;

n O mito sem uma interpretação sobreposta não tem lógica em si mesmo – a história apresenta significado em si mesma;

n O mito precisa de fé para que se creia até na existência de suas personagens – a história apresenta apenas fatos pontuais nos quais se necessita de fé;

8ª DÚVIDA

n Que dizer então das tradições babilônicas, sumerianas, acadianas e as demais sobre a Criação, o Dilúvio e textos correlatos aos bíblicos?

n Nada demais. Assim como os indígenas têm sua origem ligada à diáspora e expansão de civilizações mongóis oriundas da Ásia, viajando pelo Estreito de Bering, as tradições bíblicas também se espalharam rapidamente pelo mundo conhecido, em outras versões.

9ª DÚVIDA

n Que dizer de textos que falam sobre a mentira ou em que o diabo fala, como os amigos de Jó ou o diálogo entre o diabo e Deus?

n O registro é inspirado para tirarmos lições importantes para a nossa vida; porém o diabo não foi inspirado ao proferir as palavras. A inspiração é do escritor, não da personagem.

10ª DÚVIDA

n Que dizer do texto de 1Co 7, em que Paulo diz: “Digo eu, não o Senhor”. Será que este texto não foi inspirado por Deus?

n O texto é inspirado por Deus. Quando Paulo profere esta assertiva sobre o assunto, ele quer dizer que Jesus não falara acerca deste assunto (assim como tantos outros). Entretanto, no verso 40, ele lembra que o Espírito de Deus está falando por meio dele.

11ª DÚVIDA

n A Bíblia citar outros livros (como os apócrifos) a invalida como Palavra de Deus?

n De modo algum. Assim como ela cita, em Judas, Enoque e Assunção de Moisés, também faz outras citações de livros: 1Co 10.4, 2Tm 3.8, 1Co 15.33, At 17.28, Ti 1.12; e de tábuas domésticas (Cl 3, 1Pe 3, Ef 5), catálogos (Gl 5.22, Fp 4.8, 1Tm 9-10), hinos (1Tm 3.16), doxologias (Rm 11.33-36), etc.