Quem é Jesus Cristo? (Estudo 4)

Quem é Jesus Cristo? (Estudo 4)

No estudo três falamos sobre as manifestações de Deus no mundo e também sobre Jesus como o Deus encarnado, revelado que habitou entre nós. Neste estudo quatro vamos ver alguns motivos das pessoas rejeitarem a Jesus.

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.
Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele.
Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.
E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.
Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas.
Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus. João 3:16-21

            A manifestação do amor de Deus tomou forma evidente na pessoa de Jesus, em Jesus vemos o amor de Deus manifesto de maneira tangível. No entanto esta manifestação do amor de Deus não exclui a realidade que o texto nos apresenta:

1ª Deus amou[1] o mundo: uma realidade arrebatadora, pois um mundo que se esquece o tempo todo do seu criador é alvo do amor dele, o mundo que escolhe Lhe desobedecer Ele escolhe amar;

2º Este amor foi materializado em Jesus (sua vida, morte e ressurreição): muitas palavras hoje precisam de uma redefinição, pois tem caído em contradição. O amor é uma delas. Confundimos amor com sexo, libido, paixão, auto-satisfação, etc. Através deste texto vemos que o amor Deus é um sentimento que gera uma ação prática em direção ao “objeto” de nosso amor. Deus amou o mundo, por isto deu seu Filho. Quem ama pratica o amor no cotidiano.

3º Só aquele que nele crê não vai perecer: há uma confusão na cabeça do brasileiro quanto ao amor de Deus. Alguns pensam que para agradar a Deus precisam trabalhar pra ele constantemente e assim conquistar o seu favor. Outros pensam que é através das boas obras que vão encontrar a o caminho da salvação[2]. Outro grupo[3] vai advogar o amor universal de Deus para com todos os homens e a irmandade universal, por isto bom seria que todos reconhecessem o amor de Deus, mas se não reconhecer este amor, Deus até pode ficar chateado, no entanto não vai puni-lo por isto. O “problema” é o que o texto diz que aquele que não crer[4] vai perecer.

4º Todo o que crer vai ter a vida eterna: a solução de Deus ao mundo envolve a fé do ser humano. O que crer vai receber a vida eterna. A salvação provem de Deus, depende de Deus, mas exige uma resposta positiva da parte do homem, no sentido de submeter-se ao Senhorio dele e obedecê-lo.

            Pessoas com tendências legalistas[5] vão exaltar a posição de Deus no mundo como Juiz, mas a verdade é que, ainda que Deus seja o Juiz, Jesus não veio ao mundo com o propósito de julgar o mundo e sim para salvá-lo. Todo o que nele crê não é condenado. Mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Filho de Deus. A perfeição tem um probleminha,se eu dou uma solução ao seu problema, você pode discordar e não obedecer sem maiores consequências, no entanto, se Deus dá uma solução ao seu problema e você não obedece, você recusou algo perfeito. Portanto está condenado!

            Esta linguagem de condenação parece a de um tribunal dando um veredicto final sobre um assunto. Lê-se a sentença e depois se explica o porquê da sentença. O texto citado trabalha nesta mesma linha de pensamento: Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Tema do julgamento: crer ou não crer na Luz; quem não crer o veredicto é: condenado. Explicação: a Luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a Luz. Quais os significados possíveis para os esta expressão: amaram mais as trevas?

Amor de Deus X Amor ao pecado—a primeira possibilidade é que ainda que o amor de Deus seja bom, abrir mão de nosso pecado significa abrir mão de algo que você e eu estamos acostumados a fazer muitas vezes e por muito tempo. São hábitos errados (mentir, fofocar, vícios, trair, etc) que mantemos em nossas vidas e acabam por nos contaminarem ao ponto de confundirmos nossa personalidade com a do pecado em nossas vidas. O pecado é um intruso, “persona non grata”, ele invade nossa vida, contamina-nos e nos deixa viciados.

Amor a Deus X Amor a si mesmo—o ego é um grande inimigo pelo simples fato de não sabermos que ele é um grande inimigo. Temos uma atitude boa para com uma pessoa e alguém nos faz um elogio, podemos ficar orgulhosos do nosso feito e contarmos para outros o que fizemos. Fiz algo bom ao ponto de alguém me elogiar, mas fiquei orgulhoso por causa disto e aí, justo aí, o ego entra. Deus trabalha nosso ego com nossas fraquezas, com o fim de reconhecermos sua grandeza. Em nossas fraquezas reconhecemos sua grandeza, mas alguns mesmo na fraqueza continuam querendo provar pra todos e pra si mesmo que está certo. É o ego entrando em cena.

Amor a Luz e amor às trevas— desde que o pecado entrou no mundo há um fascinação pelo oculto. Olhe as expressões populares: A noite vai ser boa, tudo vai rolar[6]; casa noturna[7], tal coisa é uma tentação[8]. Claro que erramos as claras também, mas noite exerce uma certa fascinação sobre as pessoas quanto ao cometer erros. Creio que por isto o texto fala que os homens fugiram da Luz, pois não queriam ser descobertos. Ficaram nas trevas, pois nas trevas ninguém vê o que está acontecendo, mas o fato de ninguém ver é um problema. As pessoas estão perdidas por não saberem em que caminho estão e Deus vê todas as coisas, mesmo as que estão nas trevas.

O que fazer então? (Estudo 5)

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[1] Αγαπε— Agape—

[2] Há uma expressão Kardecista que diz: “fora da caridade não há salvação”;

[3] Liberalismo teológico caminha nesta direção;

[4] Crer e obedecer estão intimamente ligados;

[5] Legalista se refere a cumprir a Lei: olho por olho, dente por dente;

[6] Noite do Prazer, Claudio Zoli;

[7] Chamamos de casa noturna as termas

[8] Dizendo que a coisa é boa, mas se é uma tentação é pra te fazer cair;