sexta-feira, 16 de abril de 2010

Os cristãos assassinados no Paquistão eram muçulmanos

Queridos
Segue uma reportagem muito interessante sobre mulçulmanos que trabalhavam em uma empresa cristã, em que os próprios mulçulmanos, em nome de Alá, assassinaram seus"irmãos".
Esta religião está sorrateiramente entrando no Brasil e devemos ter muito cuidado em relação a isto. Uma prova disto é que já se pode ver mulheres de burca(véu islamico para mulheres)andando em nossas ruas.
PAZ
Pr Leonir

Os cristãos assassinados no Paquistão eram muçulmanos

Harold Segura
(Tradução e adaptação de Welinton Pereira)

“...Se alguém mata a um ser humano... será como se tivesse matado a toda a humanidade.” (Alcorão 5.32)

A notícia me assustou. Os sete membros da equipe de trabalho da Visão Mundial no Paquistão assassinados na semana passada eram muçulmanos e não cristãos. Primeiramente se disse que eram cristãos perseguidos por grupos islâmicos terroristas.

Assim recebi as primeiras notícias. Era a versão que melhor encaixava com o estereótipo ocidental das perseguições religiosas: os muçulmanos matam os cristãos e estes fogem ante a fúria terrorista dos perseguidores do Islã. Uma versão que não permite aprofundar nas causas reais da violência no mundo e quem são suas vítimas.

Informaram que os mortos eram seis; agora são sete. Imtiaz John foi levado
ferido ao hospital de Abbotabad depois de sofrer o ataque no dia 10 de março. Seu estado de saúde piorou e veio a falecer no domingo dia 14 em um hospital de Isalambed para onde havia sido transferido dias antes, com o fim de obter uma atenção mais especializada.

Morreram, no total, cinco homens e duas mulheres que exerciam diferentes tarefas na Visão Mundial no Paquistão. Muhammad Ayaz, engenheiro; Zaryab Yousaf, que trabalhava na área de monitoramento e avaliação; Liaqat Ali, motorista; Kehkashan Zia, oficial de programas e projeto social que trabalhava em Oghi (a cidade onde ocorreram os fatos); Jamshadai e Imtiaz John, coordenador de projetos. Todos trabalhavam na defesa, proteção e promoção dos direitos de suas comunidades, apoiavam seu desenvolvimento e lutavam para reduzir a pobreza e a injustiça.

Morreram promovendo os valores do Reino de Deus e cumprindo, à sua maneira e segundo sua fé, com sua vocação de serviço as pessoas mais necessitadas.
A pergunta do porquê uma organização de vocação cristã como Visão Mundial
trabalhar com crentes de outros credos religiosos é válida. Uma das políticas
institucionais afirma que, apesar da norma da organização de “contratar pessoal que seja seguidor de Cristo, a contratação de pessoal de outras religiões é algumas vezes um requisito necessário para trabalhar de maneira eficaz em um país ou comunidade”. E acrescenta este documento que “se bem temos clareza sobre nosso compromisso cristão, reconhecemos o valor, dentro dos contextos de certos países, de empregar a seguidores de outros tipos de fé que estão dispostos a apoiar nossa missão e nossos valores. Esta parte da política interna se encerra afirmando o seguinte: “ Encorajamos entre nosso pessoal a compreensão mútua das crenças e práticas básicas das religiões do mundo dentro de seus respectivos contextos”. Esta é uma declaração oficial assinada a poucos meses, porém praticada há vários anos. A Visão Mundial serve a Jesus e promove seu reino dando testemunho da reconciliação, do respeito mútuo e da colaboração inter-religiosa em favor das comunidades empobrecidas. Assim o faz como testemunho do amor de Deus ao mundo e como consequência do modelo de serviço de Jesus, nosso mestre.

Nossa missão afirma que somos “uma confraternidade internacional de cristãos cuja missão é seguir a Jesus Cristo, trabalhando com os pobres e oprimidos para promover a transformação humana, buscar a justiça e testificar as boas novas do reino de Deus”.

Missão que também se cumpre, em alguns países, com a colaboração de fiéis de outras religiões não-cristãs.

As notícias dizem que o culpado pelo ataque contra a Visão Mundial foi um grupo de militantes muçulmanos vinculados a Al Qaeda. Chegaram, “cerca de 10 homens, todos com máscaras. Derrubaram as portas, tiraram todos do escritório, os colocaram em um lugar e logo começaram a disparar... de saída lançaram uma bomba”.

É a conhecida história da violência que faz de Deus (Alá em alguns casos, Yahweh ou Jehová em outros) uma desculpa para a crueldade. Matam em nome de um deus que não é nem o do Alcorão nem o da Bíblia.

As vítimas, neste caso, não foram cristãos ocidentais, foram muçulmanos paquistaneses que haviam decidido trabalhar junto a cristãos de todo o mundo e lutar contra a pobreza e a injustiça presente em seu próprio povo. Não eram cristãos; apesar de alguns respeitados teólogos terem denominado aos “bons não-cristãos” com o título de “cristãos anônimos”, (Karl Rahner) ou de “christianus designatus”, ( Karl Barth).

Eram muçulmanos, fieis seguidores do islamismo (é preciso dizer isto em honra a todos eles e por respeito a fé que professavam), homens e mulheres de boa vontade, construtores da paz, testemunhas da esperança. Pessoas como as quais o reino de Deus tem crescido e seguirá crescendo, mesmo contra as forças obscuras da maldade disfarçada da piedade.

Depois de ministrar uma cerimônia litúrgica simples em homenagem aos sete
paquistaneses assassinados, fui para meu escritório e segui pensando neles e em sua contribuição para a causa de Jesus. Recordei também das palavras do bispo Oscar A. Romero (este sim um mártir cristão) que dizia: “O reino de Deus está mais à frente das fronteiras da Igreja. A Igreja aprecia todo aquele que sintoniza com sua luta para implantar o reino de Deus”. Sim, ele tem razão. O reino transcende as fronteiras da Igreja. No Paquistão, morreram sete pessoas que, sem chamar-se cristãos, também trabalhavam na promoção deste reino. “Deus é grande. Que a paz e misericórdia de Deus estejam convosco”, como reza uma oração do Islã.


• Harold Segura, teólogo colombiano, é pastor batista, diretor de relações eclesiásticas da Visão Mundial internacional e umas das vozes mais ouvidas hoje na confraternidade da Visão Mundial internacional.

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