segunda-feira, 30 de julho de 2012


Planejamento Pessoal e Ministerial
Pr Leonir Oliveira

Trabalhos
1º. Bimestre
Planejamento Pessoal (data da prova, 17/09)
2º. Bimestre
Planejamento Ministerial (data da prova , 21/11)

DEFINIÇÕES:
O QUE É PLANEJAMENTO?
1 - De forma genérica, o planejamento é a definição de um futuro desejado e de meios para alcançá-lo;
2 – É “Preparar-se para o inevitável, prevenindo o indesejável e controlando o que for controlável”. (Peter Drucker);
3—Planejamento é um processo contínuo e dinâmico que consiste em um conjunto de ações intencionais, integradas, coordenadas e orientadas para tornar realidade um objetivo futuro, de forma a possibilitar a tomada de decisões antecipadamente. Essas ações devem ser identificadas de modo a permitir que elas sejam executadas de forma adequada e considerando aspectos como o prazo, custos, qualidade, segurança, desempenho e outras condicionantes.


Passo a passo no Planejamento Pessoal




Domínio Pessoal ou Próprio:

O Domínio Pessoal de um indivíduo é o quanto ele se disciplina para o crescimento, aprendizado e vivência daquilo que ele realmente quer e acredita. Ele toma o aprendizado continuo como um marca de sua vida. 
O Domínio Pessoal(DP) visa que a pessoa viva a vida de maneira a antecipar possíveis problemas através da pró-atividade e também ver a realidade atual com clareza. Em nosso ambiente eclesiástico, devemos tanto nos esforçar para crescermos intelectualmente, mas ao mesmo tempo, nosso foco será sempre estar preso, ligado, enxertado, conectado a Videira. Dependemos de Deus, somos pobres e dependentes espirituais de nosso provedor. O que adiante ser eficaz e estar desligado de Jesus, de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Buscar fazer as coisas certas é bom, entretanto ser santo é melhor. (Ler artigo específico no blog)

Visão, missão e valores.
Ver o artigo planejamento pessoal

Finanças pessoais
Regra Geral da administração financeira:
Aumentar as Receitas;
Diminuir as Despesas


Você já fez um orçamento familiar?
Despesas Fixas:
Aluguel/Prestação
Carro Financiado
Taxas Gerais (Luz, água,etc)
Alimentação


Despesas Variáveis
Remédios
Obras

O quanto você realmente deve?
Colocar no papel:
Todas as despesas fixas;
Todas as despesas variáveis;
Todas as prestações futuras de tudo o que você deve;
Como se compõe a dívida?

domingo, 29 de julho de 2012

Autoavaliação Básica Aula 1


Aula I
Autoavaliação Básica (Uma semana pra responder)
Quem sou eu quando ninguém está olhando?
1.      Conheço bem as Escrituras? Já li a Bíblia___ vezes.
2.      Equilibro bem em minha vida diária: Oração, Bíblia e Testemunho?
3.      Posso ensinar algum livro da Bíblia inteiro? Qual? Já li pelo menos 5 x ele?
4.      Seu corpo glorifica a Deus? Saúde, dentes, forma física,taxas(glicose, triglicerídeo, etc.)
5.      Sei(ao ponto de saber explicar) e pratico os princípios bíblicos para as áreas abaixo?
Família
Finanças
Trabalho/Estudo
Oração
Sexo (solteiros=castidade; casados=constância)
Cidadania
Igreja
Testemunho
6.      Ore e medite nas Escrituras perguntando a Deus em que você precisa melhorar?
R._____________________________________________________________________________
7.      Como a pessoa que está mais perto de você te vê?
_______________________________________________________________________________
8.      Pergunte a esta pessoa três áreas de sua própria vida em que você (não ela) precisa melhorar:
a.       ___________________
b.      ___________________
c.       ___________________

9.      Alguém (alem de Deus e você mesmo) sabe tudo sobre você? Você já se confessou a alguém(Tg 5.16)?

10.  Ninguém despreze a tua mocidade; mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza. Sou exemplo em alguma destas áreas acima (Palavra, Trato, Amor, Espírito, Fé ou Pureza)?

1.      Converse com seu pastor sobre: como o senhor me vê? Em que área deveria crescer? Em sua visão o que eu deveria estar fazendo no Reino de Deus? Qual a tua visão para igreja e em que eu posso participar?


(material preparado por Pr Leonir Oliveira)


terça-feira, 24 de julho de 2012

A Vida Eterna Aula 6 (TNT II)


A Vida Eterna
Aula 6  (TNT II)


João 3:36
Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; mas aquele que não crê no Filho não verá a vida, mas a ira de Deus sobre ele permanece.

A vida eterna
De acordo com o Evangelho de João, a vida eterna é o tema central do ensino de Jesus; mas, segundo os Evangelhos Sinópticos, é a proclamação do Reino de Deus. Além disso, a ênfase primária em João é colocada sobre a vida eterna como uma experiência presente - uma ênfase praticamente ausente tanto nos Evangelhos Sinópticos como no judaísmo.

A Vida Eterna:o presente e o futuro
·         Embora a vida eterna seja escatológica, a ênfase central do Quarto Evangelho não é mostrar aos homens o modo de vida no século futuro, mas levá-Ios a uma experiência presente dessa vida futura. Esse é um ensinamento que não se encontra de forma explícita nos Sinópticos, ou seja, que a vida do século futuro já é outorgada ao crente. O propósito da missão de Jesus foi trazer aos homens uma experiência presente da vida futura (10:10). Ele desceu dos céus para dar vida ao mundo (6:33), para satisfazer a fome e a sede espiritual do mundo (6:35).
·         Esse tipo de vida não é resultado de uma aceleração de quaisquer tipos de poderes inatos da humanidade(evolução); é a outorga de uma nova vida, mediada por intermédio de Jesus Cristo; e aqueles que não comem sua carne e não bebem o seu sangue não podem compartilhar sua vida (6:35)
·         Essa vida é mediada por intermédio da pessoa e das palavras de Jesus. Suas próprias palavras são vida (6:63), porque suas palavras procedem do Pai, que lhe ordenou o que deveria dizer, e o mandamento de Deus é a vida eterna (12:49-50
·         Essa vida não é somente mediada por Jesus e sua palavra; ela habita em sua própria pessoa (5:26). Ele é o pão vivo que dá vida (6:51 e ss.) e a água viva (4:10,14). Deus é a fonte suprema da vida; mas o Pai conferiu ao Filho ter vida em si mesmo (5:26). Por essa razão Jesus podia dizer: "Eu sou a vida" (11 :25; 14:6).

João 8:32
“E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.”

A Verdade em João
·         Portanto, quando Cristo declarou: "Eu sou ... a verdade" (14:6), quis dizer que Ele é a plena revelação e incorporação do propósito redentor de Deus. A vinda de Cristo é a revelação da fidelidade de Deus para com seu próprio caráter, a revelação de seu contínuo propósito de tornar sua vontade de salvar os seres humanos conhecida. Sua missão como um todo foi a de dar testemunho dessa verdade salvadora (18:37). Nesse contexto, a "verdade" está intimamente associada à realeza de Jesus (basileia). Ele é um rei; porém, a Pilatos, Jesus declarou que a origem de seu reino redentor não era proveniente do mundo, e que seu reino não seria estabelecido pela força física.

·         A manifestação da verdade exige uma resposta dos seres humanos. "Mas quem pratica a verdade vem para a luz" (3:21; d. 1 Jo. 1:6)."todo aquele que é da verdade ouve a minha voz" (18:37; d. 10:3; 16:27). Isso é idêntico a receber o próprio Cristo (1:11-12), de nascer de novo (3:3). Isso significa ser habitado pelo Espírito da Verdade (14:17), e pela própria verdade (2 Jo. 2). Tudo isso não é outra coisa senão o comentário a respeito da declaração que iniciou este estudo: "Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará" (8:32). O órgão de recepção não é a mente,mas a pessoa toda.

A verdade em João
·         A verdade, em João, não designa um reino platônico de realidade pura e eterna; é um conceito soteriológico, que designa o que Deus fez em Jesus. Em lugar algum, João fala de uma verdade existente nos céus e que veio ao mundo. Essa verdade encontra sua realidade no que Deus fez em Jesus para a salvação da humanidade. A vida eterna, o conhecimento de Deus, o conhecimento da verdade - são todos conceitos redentores, designando o cumprimento do plano redentor de Deus em Jesus.


Os Ofícios de Cristo (aula 5)


Aula 5 TNT II

Os Ofícios de Cristo

Os três cargos mais importantes que poderiam existir para o povo de Israel no Antigo Testamento eram: o profeta (como Natã, 2Sm 7.2), o sacerdote (como Abiatar, 1Sm 30.7) e o rei (como Davi, 2Sm 5.3). Esses três ofícios eram distintos. O profeta falava as palavras de Deus ao povo; o sacerdote oferecia sacrifícios, orações e louvores a Deus em favor do povo; e o rei governava o povo como representante de Deus. Esses três ofícios prefiguravam a própria obra de Cristo de várias maneiras.

A. Cristo como profeta

Os profetas do Antigo Testamento transmitiam a palavra de Deus ao povo. Moisés foi o primeiro grande profeta e escreveu os cinco primeiros livros da Bíblia, o Pentateuco. Depois vieram outros que falaram e escreveram as palavras de Deus. Mas Moisés predisse que um dia viria outro profeta como ele.

B. Cristo como sacerdote

No Antigo Testamento, os sacerdotes eram designados por Deus para oferecer sacrifícios. Eles também ofereciam orações e louvores a Deus em favor do povo. Ao agir assim “santificavam” as pessoas, ou tornavam-nas aceitáveis à presença de Deus, se bem que de forma limitada durante o período do Antigo Testamento. No Novo Testamento, Jesus tornou-se nosso grande sumo sacerdote. Esse tema é bem desenvolvido na carta aos Hebreus, na qual vemos que Jesus atua como sacerdote de duas maneiras.

1. Jesus ofereceu um sacrifício perfeito pelo pecado.

O sacrifício que Jesus ofereceu pelos pecados não foi o sangue de animais como touros ou bodes: “... porque é impossível que o sangue de touros e bodes remova pecados” (Hb 10.4). Em vez disso, Jesus ofereceu a si mesmo como sacrifício perfeito: “... ao se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo sacrifício de si mesmo, o pecado” (Hb 9.26).

2. Jesus nos aproxima continuamente de Deus.

Os sacerdotes do Antigo Testamento não apenas apresentavam sacrifícios, mas também compareciam de modo representativo na presença de Deus, de tempos em tempos, em favor do povo. Mas Jesus faz muito mais do que isso. Como nosso perfeito sumo sacerdote, ele continuamente nos conduz à presença de Deus, de forma que não temos mais a necessidade de um templo em Jerusalém nem de um sacerdócio especial que se coloque entre nós e Deus.

3. Como sacerdote, Jesus ora continuamente por nós.

Outra função sacerdotal no Antigo Testamento era orar a favor das pessoas. O autor de Hebreus nos diz que Jesus também cumpre essa função: “... também pode salvar totalmente os que por ele se chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles” (Hb 7.25). Paulo afirma a mesma coisa quando diz que Cristo Jesus é aquele que intercede por nós (Rm 8.34).

C. cristo como rei

No Antigo Testamento o rei tinha autoridade para governar a nação de Israel. No Novo Testamento, Jesus nasceu para ser o Rei dos judeus (Mt 2.2), mas recusou todas as tentativas feitas pelo povo para fazê-lo um rei terreno com um poder militar e político terreno (Jo 6.15). Ele disse a Pilatos: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus ministros se empenhariam por mim, para que não fosse eu entregue aos judeus; mas agora o meu reino não é daqui” (Jo 18.36).

D. Nosso papel como profetas, sacerdotes e reis

Se olharmos para a situação de Adão antes da queda e para a nossa situação futura com Cristo no céu por toda a eternidade, poderemos ver que esses papéis de profeta, sacerdote e rei têm paralelo com a experiência que Deus originariamente pretendia que o homem tivesse e serão cumpridos na nossa vida no céu.
Resumo da Teologia Sistemática de Waine Gruden, Ed Vida Nova

A humanidade e divindade de Cristo (aula4)


Aula 4 tnt II

A. A humanidade de Cristo

1. O nascimento virginal.

Quando falamos na humanidade de Cristo, convém iniciar com uma consideração do nascimento virginal de Cristo. As Escrituras afirmam claramente que Jesus foi concebido no ventre de sua mãe, Maria, por obra miraculosa do Espírito Santo e sem um pai humano.

2. Fraquezas e Limitações Humanas

a. Jesus possuía um corpo humano.

 O fato de que Jesus possuía um corpo humano exatamente como o nosso é visto em muitas passagens das Escrituras. Ele nasceu assim como nascem todos os bebês humanos (Lc 2.7). Ele passou da infância para a maturidade assim como crescem todas as outras crianças: “Crescia o menino e se fortalecia, enchendo-se de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele” (Lc 2.40).

b. Jesus possuía uma mente humana.

O fato de Jesus ter crescido em sabedoria (Lc 2.52) significa que ele passou por um processo de aprendizado assim como acontece com todas as outras crianças — ele aprendeu a comer, a falar, a ler e a escrever, e a ser obediente a seus pais (veja Hb 5.8). Esse processo normal de aprendizado fazia parte da genuína humanidade de Cristo.

c. Jesus possuía alma humana e emoções humanas.

Vemos várias indicações de que Jesus possuía alma humana (ou espírito). Logo antes de sua crucificação, ele disse: “Agora, está angustiada a minha alma” (Jo 12.27). João escreve um pouco depois: “Ditas estas coisas, angustiou-se Jesus em espírito” (Jo 13.21). Em ambos os versículos a palavra angustiar representa o termo grego tarassÜ, palavra muitas vezes empregada em referência a pessoas ansiosas ou que de repente são surpreendidas por um perigo.

d. As pessoas próximas de Jesus consideravam-no apenas humano.

Mateus registra um incidente assombroso no meio do ministério de Jesus. Ainda que Jesus tivesse ensinado por toda a Galiléia, “curando toda sorte de doenças e enfermidades entre o povo”, de modo que “numerosas multidões o seguiam” (Mt 4.23-25), quando chegou à própria cidade de Nazaré, o povo que o conhecia havia muitos anos não o recebeu  (Mt 13.53-58).
3. Impecabilidade. Ainda que o Novo Testamento seja claro em afirmar que Jesus era plenamente humano exatamente como nós, também afirma que Jesus era diferente em um aspecto importante: ele era isento de pecado e jamais cometeu um pecado durante sua vida. Alguns objetam que se Jesus não pecou, então não era verdadeiramente humano, pois todos os humanos pecam. Mas os que fazem tal objeção simplesmente não percebem que os seres humanos estão agora numa situação anormal. Deus não nos criou pecaminosos, mas santos e justos. Adão e Eva no jardim do Éden eram verdadeiramente humanos antes de pecar, e nós agora, apesar de humanos, não nos conformamos ao padrão que Deus deseja que preenchamos quando nossa humanidade plena, impecável, for restaurada.

4. Jesus poderia ter pecado?

Às vezes levanta-se esta questão: “Cristo podia ter pecado?” Alguns defendem a impecabilidade de Cristo, entendendo por impecável “não sujeito a pecar”. Outros objetam que se Jesus não fosse capaz de pecar, suas tentações não teriam sido reais, pois como uma tentação seria real, se a pessoa que estivesse sendo tentada não fosse mesmo capaz de pecar? Para responder a essa pergunta, precisamos distinguir, por um lado, o que as Escrituras afirmam claramente e, por outro lado, o que é mais uma inferência de nossa parte.
(1)             As Escrituras afirmam claramente que Cristo jamais pecou de fato (veja acima). Não deve haver nenhuma dúvida a esse respeito em nossa mente.
(2)             Elas também afirmam que Jesus foi tentado e que as tentações foram reais (Lc 4.2). Se cremos na Bíblia, precisamos insistir que Cristo foi “tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15).
(3)             Também precisamos afirmar com as Escrituras que “Deus não pode ser tentado pelo mal” (Tg 1.13). Mas aqui a questão torna-se difícil: se Jesus era plenamente Deus e também plenamente humano (e vamos argumentar adiante que as Escrituras ensinam isso várias vezes e de maneira clara), então não somos obrigados também a afirmar que (em algum sentido) Jesus também “não pode ser tentado pelo mal”?

5. Por que era necessário que Jesus fosse plenamente humano?

Quando João escreveu sua primeira epístola, circulava na igreja um ensino herético, segundo o qual Jesus não era homem. Essa heresia tornou-se conhecida como docetismo.  Essa negação da verdade acerca de Cristo era tão séria que João podia dizer que se tratava de uma doutrina do anticristo: “Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo” (1Jo 4.2-3).
a. Para possibilitar uma obediência representativa. Conforme observamos no capítulo acima sobre as alianças entre Deus e o homem,  Jesus era nosso representante e obedeceu em nosso lugar naquilo que Adão falhou e desobedeceu. Vemos isso nos paralelos entre a tentação de Jesus (Lc 4.1-13) e a ocasião da prova de Adão e Eva no jardim (Gn 2.15–3.7). Também reflete-se claramente na discussão de Paulo sobre os paralelos entre Adão e Cristo, na desobediência de Adão e na obediência de Cristo (Rm 5.18-19).
b. Para ser um sacrifício substitutivo. Se Jesus não tivesse sido homem, não poderia ter morrido em nosso lugar e pago a penalidade que nos cabia. O autor de Hebreus nos diz: “Pois ele, evidentemente, não socorre anjos, mas socorre a descendência de Abraão. Por isso mesmo, convinha que, em todas as coisas, se tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas coisas referentes a Deus e para fazer propiciação pelos pecados do povo” (Hb 2.16-17; cf. v. 14).
c. Para ser o único mediador entre Deus e os homens. Porque estávamos alienados de Deus por causa do pecado, necessitávamos de alguém que se colocasse entre Deus e nós e nos levasse de volta a ele. Precisávamos de um mediador que pudesse representar-nos diante de Deus e que pudesse representar Deus para nós. Só há uma pessoa que preencheu esse requisito: “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Para cumprir essa função de mediador, Jesus tinha de ser plenamente homem e plenamente Deus.
d. Para cumprir o propósito original do homem de dominar a criação. Como vimos em nossa discussão sobre o propósito para o qual Deus criou o homem,  Deus colocou o ser humano sobre a terra para subjugá-la e dominá-la como representante divino. Mas o homem não cumpriu esse propósito, pois caiu em pecado. O autor de Hebreus percebe que Deus pretendia que tudo fosse sujeitado ao homem, mas reconhece: “Agora, porém, ainda não vemos todas as coisas a ele sujeitas” (Hb 2.8). Então, quando Jesus veio como homem, foi capaz de obedecer a Deus e, assim, teve o direito de dominar a criação como homem, cumprindo o propósito original de Deus ao colocar o homem sobre a terra. Hebreus reconhece isso quando diz que agora “vemos [...] Jesus” em posição de autoridade sobre o universo, “coroado de glória e de honra” (Hb 2.9; cf. a mesma frase no v. 7).
e. Para ser nosso exemplo e padrão na vida. João nos diz: “... aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou” (1Jo 2.6), e nos lembra que “quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele” e que essa esperança de futura conformidade com o caráter de Cristo confere mesmo agora pureza moral cada vez maior à nossa vida (1Jo 3.2-3). Paulo nos diz que estamos continuamente sendo “transformados [...] na sua própria imagem” (2Co 3.18), avançando, assim, para o alvo para o qual Deus nos salvou: sermos “conformes à imagem de seu Filho” (Rm 8.29). Pedro nos diz que, especialmente no sofrimento, temos de considerar o exemplo de Cristo: “pois que também Cristo sofreu em vosso lugar, deixando-vos exemplo para seguirdes os seus passos” (1Pe 2.21).
f. Para ser o padrão de nosso corpo redimido. Paulo nos diz que quando Jesus ressuscitou dos mortos, ressuscitou num novo corpo “na incorrupção [...] ressuscita em glória [...] ressuscita em poder [...] ressuscita corpo espiritual” (1Co 15.42-44). Esse novo corpo ressurreto que Jesus possuía quando ressurgiu dos mortos é o padrão do que será nosso corpo quando formos ressuscitados dos mortos, porque Cristo é “as primícias” (1Co 15.23) — uma metáfora agrícola que compara Cristo à primeira amostra da colheita, que demonstra como será o outro fruto daquela colheita.
g. Para compadecer-se como sumo sacerdote. O autor de Hebreus lembra-nos de que “naquilo que ele mesmo sofreu, tendo sido tentado, é poderoso para socorrer os que são tentados” (Hb 2.18; cf. 4.15-16). Se Jesus não tivesse existido na condição de homem, não teria sido capaz de conhecer por experiência o que sofremos em nossas tentações e lutas nesta vida. Mas porque viveu como homem, ele é capaz de compadecer-se mais plenamente de nós em nossas experiências. 

6. Jesus será um homem para sempre.

Jesus não abandonou a natureza terrena após sua morte e ressurreição, pois apareceu aos discípulos como homem após a ressurreição, até com as cicatrizes dos cravos nas mãos (Jo 20.25-27). Ele possuía carne e ossos (Lc 24.39) e comia (Lc 24.41-42). Posteriormente, quando conversava com os discípulos, foi levado ao céu, ainda em seu corpo humano ressurreto, e dois anjos prometeram que ele voltaria do mesmo modo: “Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir” (At 1.11).

B. A divindade de Cristo

Para completar o ensino bíblico acerca de Jesus Cristo, precisamos declarar não só que ele era plenamente humano, mas também plenamente divino. Embora a palavra não ocorra de maneira explícita na Bíblia, a igreja tem empregado o termo encarnação para referir-se ao fato de que Jesus era Deus em carne humana. A encarnação foi o ato pelo qual Deus Filho assumiu a natureza humana. A comprovação bíblica da divindade de Cristo é bem ampla no Novo Testamento. Vamos examiná-la sob várias categorias.

1. Alegações bíblicas diretas.

Nesta seção, examinamos declarações diretas da Bíblia de que Jesus é Deus ou de que é divino.
a. A palavra Deus (theos) atribuída a Cristo. Apesar de a palavra theos, “Deus”, ser em geral reservada no Novo Testamento para Deus Pai, há algumas passagens em que é também empregada em referência a Jesus Cristo. Em todos esses trechos, a palavra “Deus” é empregada com um sentido denso em referência àquele que é Criador do céu e da terra, o governante de tudo.
b. A palavra Senhor (kyrios) atribuída a Cristo. Às vezes a palavra Senhor (gr. kyrios) é empregada simplesmente como tratamento respeitoso dispensado a um superior (veja Mt 13.27; 21.30; 27.63; Jo 4.11). Às vezes pode simplesmente significar “patrão” de um servo ou escravo (Mt 6.24; 21.40). Ainda assim, a mesma palavra é também empregada na Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento, de uso comum na época de Cristo) como uma tradução do hebraico yhwh, “Javé”, ou (conforme traduzido com freqüência) “o Senhor” ou “Jeová”.
c. Outras fortes alegações de divindade. Além dos usos da palavra Deus e Senhor em referência a Cristo, temos outras passagens que defendem com vigor a divindade de Cristo. Quando Jesus disse a seus opositores judeus que Abraão vira seu dia (o dia de Cristo), eles o contestaram: “Ainda não tens cinqüenta anos e viste Abraão?” (Jo 8.57). Aqui uma resposta suficiente para provar a eternidade de Jesus teria sido: “Antes que Abraão fosse, eu era”. Mas não foi isso que Jesus disse. Antes, ele fez uma declaração muito mais estarrecedora: “Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, eu sou (Jo 8.58).

2. Sinais de que Jesus possuía atributos de divindade.

Além das afirmações específicas da divindade de Jesus vistas nas muitas passagens citadas acima, vemos muitos exemplos de atos na vida de Jesus que indicam seu caráter divino.
Jesus  demonstrou sua onipotência quando acalmou a tempestade no mar com uma palavra (Mt 8.26-27), multiplicou os pães e peixes (Mt 14.19) e transformou a água em vinho (Jo 2.1-11). Alguns podem objetar, dizendo que esses milagres só mostraram o poder do Espírito Santo agindo por intermédio dele, assim como o Espírito Santo poderia agir por meio de qualquer outro ser humano e, assim, isso não comprova a divindade de Jesus.

3. Teria Jesus desistido de algum atributo enquanto estava na terra (a teoria da kenosis)?

Paulo escreve aos filipenses:
Tende em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus, pois ele, subsistindo em forma de Deus, não julgou como usurpação o ser igual a Deus; antes, a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo, tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana... (Fp 2.5-7).
Partindo desse texto, alguns teólogos da Alemanha (a partir de 1860-1880) e da Inglaterra (a partir de 1890-1910) passaram a defender uma idéia de encarnação que jamais fora defendida na história da igreja. Essa nova idéia foi chamada “teoria da kenosis”, e a posição geral representada por ela foi chamada “teologia kenótica”.

4. Conclusão:

Cristo é plenamente divino. O Novo Testamento, em centenas de versículos explícitos que chamam Jesus de “Deus” e “Senhor” e empregam alguns outros títulos de divindade em referência a ele, e em muitas passagens que lhe atribuem ações ou palavras aplicáveis somente ao próprio Deus, declara repetidas vezes a divindade plena e absoluta de Jesus Cristo. “Aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl 1.19) e “nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl 2.9).

5. Seria a doutrina da encarnação “compreensível” hoje?

Ao longo de toda a história levantam-se objeções ao ensino neotestamentário da plena divindade de Cristo. Um ataque recente a essa doutrina merece menção aqui por ter criado grande controvérsia, pois os que contribuíram para o texto eram todos líderes eclesiásticos de renome na Inglaterra. O livro era chamado The Mith of God Incarnate [o mito do Deus encarnado], editado por John Hick (London: SCM, 1977). O título apresenta a tese do livro: a idéia de que Jesus era “Deus encarnado” ou “Deus vindo em carne” é um “mito” — uma história que talvez se adequasse à fé das gerações anteriores, mas que não merece crédito hoje.

 6. Por que é necessária a divindade de Jesus?

Na seção anterior alistamos alguns motivos pelos quais era necessário que Jesus fosse plenamente humano para obter nossa redenção. Aqui cabe reconhecer que é também crucialmente importante insistir na plena divindade de Cristo, não só porque ela é ensinada de maneira clara nas Escrituras, mas também porque
(1)            só alguém que fosse Deus infinito poderia arcar com toda a pena de todos os pecados de todos os que cressem nele — qualquer criatura finita não seria capaz de arcar com tal pena;
(2)            a salvação vem do Senhor (Jn 2.9 arc), e toda a mensagem das Escrituras é moldada para mostrar que nenhum ser humano, nenhuma criatura, jamais conseguiria salvar o homem — só Deus mesmo poderia; e
(3)            só alguém que fosse verdadeira e plenamente Deus poderia ser o mediador entre Deus e homem (1Tm 2.5), tanto para nos levar de volta a Deus como também para revelar Deus de maneira mais completa a nós (Jo 14.9).
Assim, se Jesus não é plenamente Deus, não temos salvação e, por fim, nenhum cristianismo. Não é por acaso que ao longo da história os grupos que abandonaram a crença na plena divindade de Cristo não têm permanecido muito tempo na fé cristã, desviando-se logo para um tipo de religião representada pelo unitarismo nos Estados Unidos e em outros lugares. “Todo aquele que ultrapassa a doutrina de Cristo e nela não permanece não tem Deus; o que permanece na doutrina, esse tem tanto o Pai como o Filho” (2Jo 9).

C.A encarnação: divindade e humanidade na única pessoa de Cristo

O ensino bíblico sobre a plena divindade e plena humanidade de Cristo é tão amplo que se vem crendo em ambos desde os primeiros tempos da história da igreja. Mas um entendimento preciso de como a plena divindade e a plena humanidade poderiam ser combinadas em uma pessoa só foi formulado gradualmente na igreja e não chegou à forma final antes da Definição de Calcedônia em 451 d.C.


3. Agrupamento de textos bíblicos específicos sobre a divindade e a humanidade de Cristo.

Quando examinamos o Novo Testamento, conforme fizemos acima nas seções sobre a humanidade e a divindade de Jesus, há algumas passagens que parecem difíceis de encaixar. (Como Jesus podia ser onipotente e ainda assim fraco? Como podia deixar o mundo e ainda estar presente em todos os lugares? Como podia aprender coisas e ainda ser onisciente?)
a. Uma natureza faz algumas coisas que a outra não faz. Teólogos evangélicos de gerações anteriores não hesitaram em fazer distinção entre coisas feitas pela natureza humana de Cristo, mas não pela natureza divina, ou pela natureza divina, mas não pela humana. Parece que temos de fazer isso se quisermos reafirmar a declaração de Calcedônia de que “é preservada a propriedade de cada natureza”. Mas poucos teólogos recentes dispõem-se a fazer tal distinção, talvez por causa de uma hesitação em afirmar algo que não conseguimos compreender.
b. Tudo o que uma das naturezas faz, a pessoa de Cristo faz. Na seção anterior mencionamos uma série de coisas feitas por uma natureza, mas não pela outra na pessoa de Cristo. Agora precisamos afirmar que tudo o que diz respeito à natureza humana ou divina de Cristo diz respeito à pessoa de Cristo. Assim Jesus pode dizer: “antes que Abraão existisse, eu sou” (Jo 8.58). Ele não diz: “Antes que Abraão existisse, minha natureza humana existia”, porque ele é livre para falar de qualquer coisa feita só por sua natureza divina ou só por sua natureza humana como algo feito por ele.
c. Títulos que nos lembram de uma natureza podem ser empregados em referência à pessoa, mesmo quando a ação é realizada pela outra natureza. Os autores do Novo Testamento às vezes empregam títulos que nos lembram ou da natureza humana ou da natureza divina para falar da pessoa de Cristo, ainda que a ação mencionada possa ter sido realizada apenas pela outra natureza e não pela que pareça estar implicada no título. Por exemplo, Paulo diz que se os governantes deste mundo tivessem compreendido a sabedoria de Deus, “jamais teriam crucificado o Senhor da glória” (1Co 2.8).
d. Uma breve frase de resumo. Às vezes no estudo da teologia sistemática, a seguinte frase tem sido empregada para resumir a encarnação: “Permanecendo o que era, tornou-se o que não era”. Em outras palavras, enquanto Jesus “permanecia” o que era (ou seja, plenamente divino), ele também se tornou o que não fora antes (ou seja, também plenamente humano). Jesus não deixou nada de sua divindade quando se tornou homem, mas assumiu a humanidade que antes não lhe pertencia.
e. A “comunicação” de atributos. Depois de decidirmos que Jesus era plenamente homem e plenamente Deus, e que sua natureza humana permaneceu plenamente humana e sua natureza divina permaneceu plenamente divina, podemos ainda perguntar se algumas qualidades ou capacidades foram dadas (ou “comunicadas”) de uma natureza a outra. Parece que a resposta é sim.
(1) Da natureza divina para a natureza humana
Ainda que a natureza humana de Jesus não tenha mudado em seu caráter essencial, porque ela foi unida à natureza divina na pessoa única de Cristo, a natureza humana de Jesus obteve (a) dignidade para ser cultuada e (b) incapacidade de pecar, elementos que não pertencem, de outra maneira, aos seres humanos.
(2) Da natureza humana para a natureza divina
A natureza humana de Jesus lhe deu (a) a capacidade de experimentar o sofrimento e a morte; (b) a capacidade de ser nosso sacrifício substitutivo, o que Jesus, só como Deus, não poderia ter feito.
f. Conclusão. Ao final desta longa discussão, pode-nos ser fácil perder de vista o que de fato é ensinado nas Escrituras. Trata-se, de longe, do milagre mais maravilhoso de toda a Bíblia — muito mais maravilhoso que a ressurreição e até que a criação do universo. O fato de o Filho de Deus, infinito, onipresente e eterno tornar-se homem e unir-se para sempre a uma natureza humana, de modo que o Deus infinito se tornasse uma só pessoa com o homem finito, permanecerá pela eternidade como o mais profundo milagre e o mais profundo mistério em todo o universo. 

Resumo Teologia Sistemática Waine Gruden Ed Vida Nova