O Reino de Deus
Segundo Bimestre
Segundo Bimestre
Aula 7 de TNT
INTERPRETAÇÕES CONCERNENTES AO REINO DE DEUS
“A Igreja constitui o povo do Reino, mas não pode ser identificada com
o Reino”
Interpretações possíveis:
I.
A antiga perspectiva liberal(A. Harnack )- pura religião profética ensinada por Jesus: a
Paternidade de Deus, "a irmandade dos homens", o valor infinito da
alma do indivíduo e a ética do amor;
II.
Futurista - Johannes Weiss- totalmente futurista e escatológica;
III.
Escatologia Consistente (Konsequerite Eschatologie de Albert
Schweitzer), O ensinamento ético de Jesus estava designado somente para
o breve intervalo antes da vinda do fim (ética do Ínterim), não para a
vida comum dos homens na sociedade. Este autor acreditava que o Reino não havia
chegado e que Jesus morreu em desespero e desilusão. Essa era a imagem do
"Jesus histórico", como concebido por Schweitzer - um
desiludido mestre apocalíptico do primeiro século.
IV.
Escatologia Realizada (C.H. Dodd)-a ordem transcendente do tempo e do espaço que irrompeu na
história por intermédio da missão de Jesus. Nele, o "totalmente
outro" entrou para a história. Esse "totalmente outro",
transcendental no pensamento de Dodd, é mais platônico do que bíblico. Nesse
evento, tudo aquilo que os profetas esperavam há muito tempo era agora
realizado na história. É isto o que Dodd quer dizer com "escatologia
realizada". ...a característica mais distintiva sobre o ensino de Jesus
foi a presença do Reino;
V.
Presente e Futuro (Kummel)- ...consenso entre a maioria dos estudiosos, este é que o
Reino é, tanto presente quanto futuro;
VI.
Escatologia em Processo de realização (Joachim Jeremias)- Com a mensagem de Jesus a respeito do
Reino de Deus e seus milagres de expulsão de demônios, o Reino irrompeu na
história. Entretanto, Jesus aguardava uma consumação escatológica iminente do
Reino, a qual envolveria sua própria ressurreição e parousia;
VII.
Dispensacionalista- há distinção entre o Reino(R.) de Deus e o R. dos Céus. O Reino dos Céus é
o domínio dos céus (Deus) sobre a terra e refere-se ao R. teocrático de
natureza terrena prometido a Israel do A. T.. O princípio básico é que há dois
povos de Deus — Israel e a Igreja — com dois destinos, sob dois programas
divinos. O R. de Deus é o domínio real de Deus, que tem dois momentos: um
cumprimento das promessas do V. T. na
missão histórica de Jesus e uma consumação ao fim dos tempos, inaugurando a Era
Vindoura.
O Deus do reino
Se o reino
significa o domínio de Deus, então todo aspecto do Reino deve ser derivado do
caráter e ação de Deus.
A presença
do Reino deve ser interpretada a partir da natureza da atividade que Deus
realiza no presente, e o futuro do Reino é a manifestação redentora se seu
governo real no final dos tempos.
O Deus que busca, convida,
Pai e que julga
1) Busca- O centro das “boas-novas” sobre o Reino é que Deus
tomou a iniciativa de buscar e achar aquele que se havia perdido.
2) Convida- O Deus que busca é também o Deus que convida, Jesus
descreveu a salvação escatológica em
termos de um banquete ou festa para a qual muitos foram convidados.
3) Pai- Existe uma relação inseparável entre o Reino de Deus
e a sua Paternidade, e é particularmente notável que esta afinidade entre os
dois conceitos aparece mais frequentemente num contexto escatológico;
4) Juiz- Deus é o amor que busca, mas também é o amor que é
santo. Ele é o Pai celestial e o seu nome deve ser reverenciado(Mt 6.9).
Portanto os que rejeitam a oferta do seu reino deverão sujeitar-se ao seu
julgamento.
O REINO E A IGREJA
A igreja é
a comunidade do Reino, mas nunca o próprio Reino. Os discípulos de Jesus
pertencem ao Reino como o Reino lhes pertence, mas eles não são o Reino. O
Reino é o domínio de Deus; a igreja é uma sociedade composta por seres humanos.
O fato de não ser a igreja o reino pode ser explicado
através de cinco pontos:
Governo e Reino de Deus
1º.A igreja não é o Reino
O Novo
testamento não iguala os crentes com o Reino. Os primeiros missionários
pregaram o Reino de Deus, não a Igreja (At 8:12; 19:8; 20:25; 28:23,31). Nessas
expressões, é impossível substituir a palavra reino por igreja.
2º. O Reino cria a Igreja
O Reino
gera a Igreja. O domínio dinâmico de Deus, presente na missão de Jesus,
desafiou os homens a manifestarem uma resposta positiva, introduzindo-os em um
novo grupo de comunhão. “A igreja não é senão o resultado da vinda do Reino de
Deus ao mundo por intermédio da missão de Jesus Cristo.
3º. A Igreja dá testemunho
do Reino
É missão da
Igreja dar testemunho do reino. Este testemunho refere-se aos atos redentores
de Deus em Cristo, tanto no passado quanto no futuro (Mt 10; Lc 10). Israel já
não é mais a testemunha do Reino de Deus; a igreja assumiu o seu lugar.
4º. A Igreja é instrumento
do Reino
A igreja é
considerada a agência do Reino. Quando saíram a pregar a mensagem a respeito do
Reino de Deus, eles também curaram os enfermos e expulsaram os demônios (Mt
10:8; Lc 10:17). Diante do poder do Reino de Deus operado através da Igreja, a
morte perdeu o seu poder sobre os homens e é incapaz de vindicar uma vitória
final (Mt 16:18).
5º. A Igreja é detentora do
Reino
A Igreja é
guardadora do Reino. A nação israelense, como um todo, rejeitou a proclamação
do evento divino em Cristo Jesus, mas aqueles que o aceitaram tornaram-se os
verdadeiros filhos do Reino, passando a desfrutar de suas bênçãos e do seu
poder. O Reino é tirado de Israel e dado à Igreja (Mc 12:9).
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