Aula 10
O Messias
Christos = Mãsiah = ungido
Grego
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Hebraico
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Português
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Cristo,j
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x;yvim'
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Cristo
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O título e conceito de Messias, historicamente falando, se não teologicamente, é o mais importante de todos os
conceitos cristológicos, porque se tornou o modo central de designar a
compreensão cristã da pessoa de Jesus. Isto é provado pelo fato de que Christos,
que é propriamente um título designativo de "ungido", tornou-se
logo um nome próprio. Jesus tornou-se conhecido não só como Jesus, o Cristo
ou Messias (At. 3:20), mas como Jesus Cristo ou Cristo Jesus. Só ocasionalmente
Paulo fala de Jesus; quase sempre usa o nome composto; e refere-se com mais
freqüência a "Cristo" do que a "Jesus". Embora não possamos
ter certeza, parece que Christos tornou-se um nome próprio quando o
evangelho de Jesus como o Messias fez as primeiras incursões no mundo
gentílico, que não entendeu o contexto histórico judaico da unção e para quem,
conseqüentemente, "o ungido" era um termo sem significado.
A EXPECTATIVA MESSIÂNICA NOS EVANGELHOS
O elemento
mais importante nessa expectativa é que o messias seria o rei davídico. Os
magos do Oriente vieram procurando o rei dos judeus que havia nascido. Os
escribas compreenderam o significado da pergunta dos magos a respeito desse rei
e os encaminharam a Belém, que era o lugar onde o rei prometido deveria nascer.
Herodes, o Grande, interpretou esta profecia em termos de poder político, pois
temeu pelo seu próprio trono.
O povo
desejava como seu messias um líder poderoso que sobrepujasse Roma.
Entretanto, quando Jesus recusou-se a desempenhar esse
papel e
indicou que sua missão tinha um caráter completamente
diferente e que seu Reino deveria ser um Reino espiritual, no qual os homens
deveriam comer sua carne e beber seu sangue, as multidões voltaram-se contra
Ele e, provavelmente, sua popularidade tenha diminuído (Jo. 6:66).
Desejavam um rei para libertá-los de Roma, não um
salvador para redimi-los dos seus pecados.
0 Filho do Homem: uma auto-designação
Do ponto de
vista teológico, uma das designações messiânicas mais importantes nos Evangelhos Sinópticos é o Filho do Homem. Três
fatos são de importância superlativa.
Na tradição registrada nos evangelhos o
Filho do Homem foi o modo favorito de Jesus fazer referência a si próprio; de
fato, é o único título que ele utilizou livremente.
Em segundo lugar, o título nunca é usado por ninguém
mais para designar a Jesus.'
Em terceiro lugar, não há evidência em Atos ou nas epístolas
de que a igreja primitiva tenha chamado Jesus de Filho do Homem. A única
ocorrência do título fora dos Evangelhos é a encontrada na visão de Estêvão
(At. 7:56). Os Evangelhos o colocam nos lábios de Jesus mais de sessenta e
cinco vezes. O fato de que o título nunca tenha sido usado como uma designação
messiânica para Jesus na igreja primitiva, é algo marcante.
Os patriarcas da igreja interpretaram a
frase como uma referência primária à humanidade do Filho de Deus encarnado.
Jesus era o Deus/homem, o Filho de Deus e o Filho do Homem. Muitas das
discussões e comentários mais antigos assumem este significado teológico da frase,
interpretando-a como e fundamentalmente
fizesse referência à humanidade de Jesus e à sua identidade com os seres
humanos. Essa interpretação incorre em erro, porque negligencia o contexto
histórico e a importância da expressão.
A conclusão
de Dalman de que a expressão Filho do Homem poderia ser um título messiânico é
amplamente aceita na erudição bíblica contemporânea.
0 "FILHO DO HOMEM" NOS EVANGELHOS SINÓPTICOS
O uso da expressão Filho do Homem nos Sinópticos pode
ser classificado em três categorias distintas:
1.
Filho do Homem servindo na terra;
[Mc 2:10 = Mt 9:6 = Lc 5:24/ Poder para perdoar pecados]
2.
Filho do Homem no sofrimento e na morte;
[Mc 9:12 = Mt 17:12 /O Filho do Homem padecerá]
3.
Filho do Homem na glória escatológica.
[Mc 8:38 = Mt 16:27 = Lc 9:26/ Quando vier na glória do seu Pai, com os
santos anjos]
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