Resumo grudem Aula 9 TNT II (Complemento)
A Obra do Espírito Santo
Nos capítulos
anteriores discutimos de forma razoavelmente minuciosa a pessoa e a obra de
Deus Pai e, mais recentemente, a pessoa e a obra de Deus Filho, Jesus Cristo.
Examinamos também as provas bíblicas da divindade e da personalidade distinta
do Espírito Santo (associada à doutrina da Trindade). Penso ser oportuno agora
neste capítulo focalizar a obra distintiva do Espírito Santo. Entre as
diferentes atividades dos membros da Trindade, quais são apresentadas
especialmente como obras de Deus Espírito Santo?
A. O Espírito Santo dá poder
1. Ele dá
vida.
No domínio da natureza,
é papel do Espírito Santo dar vida a todas as criaturas animadas na terra, no
céu ou no mar, como está escrito: “Envias o teu Espírito, eles são criados” (Sl
104.30). E no sentido inverso, se Deus “para si recolhesse o seu espírito e o
seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó” (Jó
34.14-15). Vemos aqui o papel do Espírito Santo dando e sustentando a vida
humana e animal.
2. Ele dá
poder para o serviço
a. Antigo Testamento.
No Antigo Testamento, o Espírito Santo muitas vezes capacita pessoas para
serviço especial. Ele capacitou Josué com habilidades de liderança e sabedoria
(Nm 27.18; Dt 34.9), e deu poder aos juízes para libertar Israel de seus
opressores (observe como o Espírito do Senhor “veio sobre” Otoniel em Jz 3.10,
Gideão em 6.34, Jefté em 11.29 e Sansão em 13.25; 14.6, 19; 15.14). O Espírito
Santo veio poderosamente sobre Saul a fim de levantá-lo para a batalha contra
os inimigos de Israel (1Sm 11.6), e quando Davi foi ungido rei, “o Espírito do
Senhor se apossou” dele daquele dia em diante (1Sm 16.13), capacitando-o para
cumprir a tarefa de realeza para a qual Deus o havia chamado.
b. Novo Testamento.
A obra capacitadora do Espírito Santo no Novo Testamento é vista primeiro e de
modo pleno na unção e capacitação de Jesus como o Messias. O Espírito Santo
desceu sobre Jesus por ocasião do seu batismo (Mt 3.16; Mc 1.11; Lc 3.22). João
Batista disse: “Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele” (Jo
1.32). Portanto, Jesus foi para a tentação no deserto “cheio do Espírito Santo”
(Lc 4.1); e depois de sua tentação, no início de seu ministério, “Jesus, no poder do Espírito, regressou para a
Galiléia” (Lc 4.14).
B. O Espírito Santo purifica
Uma vez que esse membro
da Trindade é chamado Espírito Santo,
não surpreende que uma de suas principais atividades seja purificar-nos do
pecado e “santificar-nos” ou tornar-nos mais santos na conduta prática. Mesmo
na vida de incrédulos há alguma influência restritiva do Espírito Santo uma vez
que ele convence o mundo do pecado (Jo 16.8-11; At 7.51).
C. O Espírito Santo revela
1.
Revelação aos profetas e apóstolos.
No capítulo 4
discutimos de modo bem detalhado a obra do Espírito Santo revelando as palavras
de Deus aos profetas do Antigo Testamento e aos apóstolos do Novo Testamento,
em muitos casos de tal maneira que elas podiam ser colocadas literalmente nas
Escrituras (veja, por exemplo, Nm 24.2; Ez 11.5; Zc 7.12; et al.). A totalidade
das Escrituras do Antigo Testamento veio à lume porque “homens falaram da parte
de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21, nvi).
2. Ele dá
evidências da presença de Deus.
Às vezes se afirma que
a obra do Espírito Santo não é chamar atenção para si mesmo, mas antes dar
glória a Jesus e a Deus Pai. Porém isso parece uma falsa dicotomia, não
sustentada pelas Escrituras. É evidente que o Espírito Santo glorifica a Jesus
(Jo 16.14) e dá testemunho dele (Jo 15.26; At 5.32; 1Jo 2.3; 1Jo 4.2). Mas isso
não significa que ele não torne conhecidas suas próprias ações e palavras! A
Bíblia tem centenas de versículos que falam
sobre a obra do Espírito Santo, tornando-a conhecida, e a própria Bíblia
foi falada ou inspirada pelo Espírito Santo!
3. Ele guia
e dirige o povo de Deus.
A Bíblia dá muitos
exemplos de direção direta do Espírito Santo para várias pessoas. De fato, no
Antigo Testamento, Deus disse que era pecado o povo entrar em aliança com
outros quando esta, segundo o Senhor, era aliança “não pelo meu Espírito” (Is
30.1, ibb). Aparentemente, as
pessoas estavam decidindo com base em sua própria sabedoria e senso comum em
vez de buscar a direção do Espírito Santo de Deus antes de fazer essas
alianças. No Novo Testamento, o Espírito Santo guiou Jesus ao deserto para o
seu período de tentação (Mt 4.1; Lc 4.1); na verdade, essa direção do Espírito
Santo era tão forte que Marcos chega a dizer: “E logo o Espírito o impeliu para
o deserto” (Mc 1.12).
4. Ele
proporciona uma atmosfera digna de Deus quando manifesta sua presença.
Como o Espírito Santo é
plenamente Deus e compartilha todos os seus atributos, sua influência deverá
trazer caráter ou atmosfera próprios de Deus a situações em que ele está ativo.
Uma vez que ele é o Espírito Santo,
produzirá às vezes uma convicção de pecado, de justiça e de juízo (Jo 16.8-11).
5. Ele nos
dá segurança.
O Espírito Santo
“testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16) e fornece
evidências da obra de Deus em nós: “E nisto conhecemos que ele permanece em
nós, pelo Espírito que ele nos deu” (1Jo 3.24). “Nisto conhecemos que
permanecemos nele, e ele, em nós: em que
nos deu do seu Espírito” (1Jo 4.13). O Espírito Santo não só testemunha a
nós que somos filhos de Deus, mas também testifica que Deus permanece em nós e
que estamos permanecendo nele. De novo, o que está envolvido é mais do que o
nosso intelecto: o Espírito trabalha para nos dar segurança no nível subjetivo
da percepção espiritual e emocional.
6. Ele
ensina e ilumina.
Outro aspecto da obra
reveladora do Espírito Santo é o ensino de certas coisas ao povo de Deus e a
iluminação desse povo para que possa entendê-las. Jesus prometeu essa função
pedagógica especialmente aos seus discípulos quando lhes disse: “o Espírito
Santo [...] vos ensinará todas as
coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26); e também:
“ele vos guiará a toda a verdade” (Jo 16.13).
D. O Espírito Santo unifica
Quando o Espírito Santo
foi derramado sobre a igreja no Pentecostes, Pedro proclamou que a profecia de
Joel 2.28-32 fora cumprida (At 2.16-18).
Há uma ênfase na vinda
do Espírito Santo sobre a comunidade de crentes — não apenas sobre um líder
como Moisés ou Josué, mas filhos e filhas, velhos e jovens, servos e servas —
todos receberão o derramamento do Espírito Santo nesse tempo.
E. O Espírito Santo dá sinais mais fortes ou mais fracos da
presença e bênção de Deus, segundo nossa resposta a ele
Muitos exemplos no
Antigo e no Novo Testamento indicam que o Espírito Santo irá conceder ou
retirar bênção dependendo de estar satisfeito ou não com a situação que vê. É
digno de nota que Jesus era completamente sem pecado e o Espírito Santo pousou
sobre ele (Jo 1.32), não sendo dado ao Filho por medida (Jo 3.34). No Antigo
Testamento o Espírito Santo veio poderosamente sobre Sansão várias vezes (Jz
13.25; 14.6, 19; 15.14), mas por fim o abandonou quando ele persistiu no pecado
(Jz 16.20). De modo semelhante, quando Saul persistiu na desobediência, o
Espírito Santo se retirou dele (1Sm 16.14). E quando o povo de Israel se
rebelou e entristeceu o Espírito Santo, este se voltou contra os israelitas (Is
63.10).
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