terça-feira, 11 de setembro de 2012

A OBRA DO ESPÍRITO SANTO (Aula 9) TNT II


Resumo grudem Aula 9 TNT II (Complemento)

A Obra do Espírito Santo

Nos capítulos anteriores discutimos de forma razoavelmente minuciosa a pessoa e a obra de Deus Pai e, mais recentemente, a pessoa e a obra de Deus Filho, Jesus Cristo. Examinamos também as provas bíblicas da divindade e da personalidade distinta do Espírito Santo (associada à doutrina da Trindade). Penso ser oportuno agora neste capítulo focalizar a obra distintiva do Espírito Santo. Entre as diferentes atividades dos membros da Trindade, quais são apresentadas especialmente como obras de Deus Espírito Santo?

A. O Espírito Santo dá poder

1. Ele dá vida.

No domínio da natureza, é papel do Espírito Santo dar vida a todas as criaturas animadas na terra, no céu ou no mar, como está escrito: “Envias o teu Espírito, eles são criados” (Sl 104.30). E no sentido inverso, se Deus “para si recolhesse o seu espírito e o seu sopro, toda a carne juntamente expiraria, e o homem voltaria para o pó” (Jó 34.14-15). Vemos aqui o papel do Espírito Santo dando e sustentando a vida humana e animal.

2. Ele dá poder para o serviço

a. Antigo Testamento. No Antigo Testamento, o Espírito Santo muitas vezes capacita pessoas para serviço especial. Ele capacitou Josué com habilidades de liderança e sabedoria (Nm 27.18; Dt 34.9), e deu poder aos juízes para libertar Israel de seus opressores (observe como o Espírito do Senhor “veio sobre” Otoniel em Jz 3.10, Gideão em 6.34, Jefté em 11.29 e Sansão em 13.25; 14.6, 19; 15.14). O Espírito Santo veio poderosamente sobre Saul a fim de levantá-lo para a batalha contra os inimigos de Israel (1Sm 11.6), e quando Davi foi ungido rei, “o Espírito do Senhor se apossou” dele daquele dia em diante (1Sm 16.13), capacitando-o para cumprir a tarefa de realeza para a qual Deus o havia chamado. 
b. Novo Testamento. A obra capacitadora do Espírito Santo no Novo Testamento é vista primeiro e de modo pleno na unção e capacitação de Jesus como o Messias. O Espírito Santo desceu sobre Jesus por ocasião do seu batismo (Mt 3.16; Mc 1.11; Lc 3.22). João Batista disse: “Vi o Espírito descer do céu como pomba e pousar sobre ele” (Jo 1.32). Portanto, Jesus foi para a tentação no deserto “cheio do Espírito Santo” (Lc 4.1); e depois de sua tentação, no início de seu ministério, “Jesus, no poder do Espírito, regressou para a Galiléia” (Lc 4.14).

B. O Espírito Santo purifica

Uma vez que esse membro da Trindade é chamado Espírito Santo, não surpreende que uma de suas principais atividades seja purificar-nos do pecado e “santificar-nos” ou tornar-nos mais santos na conduta prática. Mesmo na vida de incrédulos há alguma influência restritiva do Espírito Santo uma vez que ele convence o mundo do pecado (Jo 16.8-11; At 7.51).

C. O Espírito Santo revela

1. Revelação aos profetas e apóstolos.

No capítulo 4 discutimos de modo bem detalhado a obra do Espírito Santo revelando as palavras de Deus aos profetas do Antigo Testamento e aos apóstolos do Novo Testamento, em muitos casos de tal maneira que elas podiam ser colocadas literalmente nas Escrituras (veja, por exemplo, Nm 24.2; Ez 11.5; Zc 7.12; et al.). A totalidade das Escrituras do Antigo Testamento veio à lume porque “homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1.21, nvi).

2. Ele dá evidências da presença de Deus.

Às vezes se afirma que a obra do Espírito Santo não é chamar atenção para si mesmo, mas antes dar glória a Jesus e a Deus Pai. Porém isso parece uma falsa dicotomia, não sustentada pelas Escrituras. É evidente que o Espírito Santo glorifica a Jesus (Jo 16.14) e dá testemunho dele (Jo 15.26; At 5.32; 1Jo 2.3; 1Jo 4.2). Mas isso não significa que ele não torne conhecidas suas próprias ações e palavras! A Bíblia tem centenas de versículos que falam sobre a obra do Espírito Santo, tornando-a conhecida, e a própria Bíblia foi falada ou inspirada pelo Espírito Santo!

3. Ele guia e dirige o povo de Deus.

A Bíblia dá muitos exemplos de direção direta do Espírito Santo para várias pessoas. De fato, no Antigo Testamento, Deus disse que era pecado o povo entrar em aliança com outros quando esta, segundo o Senhor, era aliança “não pelo meu Espírito” (Is 30.1, ibb). Aparentemente, as pessoas estavam decidindo com base em sua própria sabedoria e senso comum em vez de buscar a direção do Espírito Santo de Deus antes de fazer essas alianças. No Novo Testamento, o Espírito Santo guiou Jesus ao deserto para o seu período de tentação (Mt 4.1; Lc 4.1); na verdade, essa direção do Espírito Santo era tão forte que Marcos chega a dizer: “E logo o Espírito o impeliu para o deserto” (Mc 1.12).

4. Ele proporciona uma atmosfera digna de Deus quando manifesta sua presença.

Como o Espírito Santo é plenamente Deus e compartilha todos os seus atributos, sua influência deverá trazer caráter ou atmosfera próprios de Deus a situações em que ele está ativo. Uma vez que ele é o Espírito Santo, produzirá às vezes uma convicção de pecado, de justiça e de juízo (Jo 16.8-11).

5. Ele nos dá segurança.

O Espírito Santo “testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.16) e fornece evidências da obra de Deus em nós: “E nisto conhecemos que ele permanece em nós, pelo Espírito que ele nos deu” (1Jo 3.24). “Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito” (1Jo 4.13). O Espírito Santo não só testemunha a nós que somos filhos de Deus, mas também testifica que Deus permanece em nós e que estamos permanecendo nele. De novo, o que está envolvido é mais do que o nosso intelecto: o Espírito trabalha para nos dar segurança no nível subjetivo da percepção espiritual e emocional.

6. Ele ensina e ilumina.

Outro aspecto da obra reveladora do Espírito Santo é o ensino de certas coisas ao povo de Deus e a iluminação desse povo para que possa entendê-las. Jesus prometeu essa função pedagógica especialmente aos seus discípulos quando lhes disse: “o Espírito Santo [...] vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (Jo 14.26); e também: “ele vos guiará a toda a verdade” (Jo 16.13).

D. O Espírito Santo unifica

Quando o Espírito Santo foi derramado sobre a igreja no Pentecostes, Pedro proclamou que a profecia de Joel 2.28-32 fora cumprida (At 2.16-18).
Há uma ênfase na vinda do Espírito Santo sobre a comunidade de crentes — não apenas sobre um líder como Moisés ou Josué, mas filhos e filhas, velhos e jovens, servos e servas — todos receberão o derramamento do Espírito Santo nesse tempo.

E. O Espírito Santo dá sinais mais fortes ou mais fracos da presença e bênção de Deus, segundo nossa resposta a ele

Muitos exemplos no Antigo e no Novo Testamento indicam que o Espírito Santo irá conceder ou retirar bênção dependendo de estar satisfeito ou não com a situação que vê. É digno de nota que Jesus era completamente sem pecado e o Espírito Santo pousou sobre ele (Jo 1.32), não sendo dado ao Filho por medida (Jo 3.34). No Antigo Testamento o Espírito Santo veio poderosamente sobre Sansão várias vezes (Jz 13.25; 14.6, 19; 15.14), mas por fim o abandonou quando ele persistiu no pecado (Jz 16.20). De modo semelhante, quando Saul persistiu na desobediência, o Espírito Santo se retirou dele (1Sm 16.14). E quando o povo de Israel se rebelou e entristeceu o Espírito Santo, este se voltou contra os israelitas (Is 63.10).


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