segunda-feira, 3 de setembro de 2012

A vida Cristã Aula 7 (TNT II)


A vida Cristã
Aula 7 (TNT II)
1.      A Fé
...fé significa completa confiança no poder e na bondade de Deus, e em sua disposição de abençoar aqueles que nele confiam.
Aquilo que está implícito nos Sinópticos torna-se explícito em João. O termo pisteuõ ("crer") ocorre dez vezes em Marcos, onze vezes em Mateus e nove vezes em Lucas. Pisteuõ ocorre sozinho trinta vezes em João, dezoito vezes com o dativo, treze vezes com hoti, trinta e seis vezes com eis, uma vez com en (3:15), e uma vez com o acusativo neutro (11:26b). Fica claro que no Quarto Evangelho a fé desempenha um papel na salvação, que não se encontra nos Sinópticos.
Como o batismo em Cristo representa a uníão com Cristo na morte e na novidade de vida (Rm. 6:4-5), assim a fé em (eis) Cristo significa identificação pessoal com Ele. Isso é obviamente muito mais do que o assentimento intelectual para com certos fatos, embora esse assentimento esteja incluído, ou para a correção do credo doutrinário, embora inclua afirmações a respeito de Cristo. Significa a resposta do homem como um todo, à revelação que foi dada em Cristo. Envolve muito mais do que acreditar em Jesus ou ter confiança nele; é aceitar Jesus e aquilo que Ele reivindica ser, e a dedicação radical da vida à pessoa de Jesus. "O compromisso não é emocional, mas envolve uma disposição de responder às exigências de Deus conforme foram apresentadas em Jesus e por Ele".

2.      Fé e Sinais
os milagres desempenham papéis diferentes em João e nos Sinópticos. Nos Sinópticos dynameis(δυναμεισ) são atos de poder manifestando a irrupção do reino de Deus na história. Os milagres de Jesus não são provas externas de suas afirmações, porém mais fundamentalmente são atos pelos quais Ele estabelece o reino de Deus e derrota o reino de Satanás. Em João, os milagres são feitos poderosos que autenticam a pessoa e a missão de Jesus e demonstram a presença operadora de milagres de Deus em suas palavras e atos. Nos Sinópticos, a expulsão de demõnios é a evidência mais notável da presença do domínio soberano de Deus (Mt. 12:28). Em João não são relatadas expulsões de demõnios, e ele não associa os milagres à destruição do poder de Satanás, muito embora esse fato esteja presente (Jo. 12:31).
Algumas das obras de Jesus são chamadas sinais (semeia) e referem-se claramente aos seus feitos miraculosos. Um "sinal" é um ato de poder realizado por Jesus, que representa o evento de revelação e redentor que acontece em sua pessoa.
Podemos afirmar claramente que houve uma seleção deliberada de muitos milagres pelo fato de João asseverar que Jesus realizou muitos outros sinais (20:30; 2:23; 11:47; 12:37). A importância teológica desses sinais é dada pelas próprias palavras de João: "Estes (sinais), porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome" (20:31). Os sinais, da mesma forma que as obras, testemunham da presença e do poder de Deus na pessoa de Jesus (3:2).



3.      A Permanência
Naquele dia conhecereis que estou em meu Pai, e vós em mim, e eu em vós.
Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. João 14:20-21
Melhor é o fim das coisas do que o princípio delas; melhor é o paciente de espírito do que o altivo de espírito. Eclesiastes 7:8
Se a fé é o caminho de entrada da vida, a permanência é a principal exigência para que alguém continue na fé. A palavra permanência é usualmente denominada como misticismo, porém é difícil de ser definida. Há uma relação de permanência recíproca do crente em Cristo (16:56; 14:20-21; 15:5; 17:21) e de Cristo no crente (6:56; 14:20, 23; 15:5;17:23,26). Essa relação é análoga ao fato do Filho ser um com o Pai e de permanecer nele (10:38; 14:10, 11,20,21; 17:21) e do Pai permanecer no Filho (10:38; 14:10, 11,21; 17:21,23).21 Foi declarado que os crentes estão tanto no Pai como no Filho (17 :21); e foi afirmado também que ambos, o Pai e o Filho, fazem morada nos crentes (14:23).
4.      A Ética Joanina
Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis.
Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.
João 13:34-35
Não seria exagero dizer que toda a ética de Jesus em João se resume no amor.

5.      A Igreja
Os discípulos podem ser considerados como uma nova comunhão, representando uma igreja embrionária.
A ênfase Joanina particular é a unidade da igreja.
Em lugar do Israel apóstata, Jesus é a nova e verdadeira videira, e tanto Ele quanto os ramos que existem em união com Ele, constituem o novo povo de Deus. Os ramos da nova videira terão sua verdadeira existência somente à medida que permanecerem ligados a Cristo.42 O fruto é o amor - a evidência suprema da vida cristã em João.43 A metáfora da videira e dos ramos é análoga à doutrina paulina do corpo e dos seus membros, na qual Cristo é tanto a cabeça como o corpo (Ef. 1:22), mas, mesmo assim, é identificado com o próprio corpo (1 Co. 12: 12).
Contudo, a unidade pela qual Cristo orou não pode, de forma alguma, ser relegada a uma esfera invisível no reino espiritual; ela deve ser tão visível, a ponto de se tornar um testemunho para o mundo acerca da origem divina de Jesus. Isso significa, pelo menos, uma unidade da igreja em comunhão e relacionamento, de forma cordial e livre, entre as diversas igrejas. O elo que une todos os crentes em um conjunto - a pessoa de Cristo - é maior e mais forte do que as diferenças denominacionais, que os separam organicamente. Mas, quando as distinções denominacionais transformam-se em barreiras à comunhão e ao amor mútuo entre os cristãos, quebram(os) a unidade pela qual Cristo orou.


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