O Kerigma Escatológico
Aula 13
TNT II
O TEMPO DA SALVAÇÃO
C.H. Dodd, em um livro
que exerceu grande influência," resumiu a pregação primitiva sob os
seguintes tópicos:
1)
Primeiro, a era do cumprimento começou a se manifestar. "Mas isto é o
que foi dito pelo profeta Joel" (At. 2:16). "Mas Deus assim cumpriu o
que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado“ (At. 3:18).
"E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também
anunciaram estes dias" (At. 3:24). Os apóstolos declararam que a era
messiânica havia surgido no horizonte.
2)
Em segundo lugar, esse surgimento da era messiânica aconteceu por meio do
ministério, da morte e da ressurreição de Jesus, fatos sobre os quais há um
breve resumo, com provas extraídas das Escrituras, de que tudo aconteceu
"pelo determinado conselho e presciência de Deus" (At. 2:23).
3)
Em terceiro lugar, por causa de sua ressurreição, Jesus foi exaltado à
destra de Deus, como o cabeça messiânico do novo Israel (At. 2:33-36; 3: 13).
4)
Em quarto lugar, o Espírito Santo na Igreja é o sinal de que o poder e a
glória de Cristo estão presentes. "De sorte que, exaltado pela destra de
Deus e tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que
vós agora vedes e ouvis" (At. 2:33).
5)
Em quinto lugar, a era messiânica atingirá rapidamente sua consumaçâo no
retorno de Cristo. "E envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi
pregado, o qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de
tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o
principio” (At 3.20,21)
6)
Finalmente, o kerygma sempre termina com um apelo ao arrependimento,
com o oferecimento de perdão e do Espírito Santo, e com a promessa de salvação,
ou seja, da vida no século futuro para aqueles que entrarem para a comunidade
dos eleitos. "Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de
Jesus Cristo para perdão dos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo.
Porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que
estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" (At. 2:38, 39).
Até que ponha os teus inimigos por escabelo[1]
de teus pés.
Saiba, pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.
Atos 2:35-36
Saiba, pois com certeza toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.
Atos 2:35-36
JESUS COMO SENHOR
A chave para a
história da palavra é encontrada no Evangelho de João, em que é usada para
referir-se a Jesus apenas três vezes nas porções narrativas dos primeiros
dezenove capítulos, mas, nas narrativas da ressurreição dos dois últimos
capítulos, a palavra aparece nove vezes. O Evangelista sente-se livre para
falar de Jesus como o Senhor após sua ressurreição, mas não sente que a
designação seja apropriada para o ministério mais anterior. Isso sugere que o
título pertence primariamente a Jesus como aquele que Ressuscitou e subiu aos
céus.
No kerygma
primitivo, Jesus tornou-se "Senhor".
O fato impressionante
é que em Atos, kyrios é usado, simultaneamente, para Deus e para o Jesus
exaltado. A palavra aparece em várias citações da LXXpara referir-se a Deus
(2:20, 21, 25, 34; 3:22; 4:26). Kyrios, em 3: 19 (Gk., v.20), é claramente
usado para referir-se a Deus (2:39; 4:29; cf. 4:24; 7:31 e 33). Esse uso é
derivado da LXX, em que kyrios é a tradução não apenas de 'Adõnãi, mas
também para o nome inefável do pacto, Yahweh. Portanto, é surpreendente
encontrar o termo usado ao mesmo tempo para referir-se a Deus e a Jesus.
Não apenas .Jesus " é como Deus, kyrios; mas o termo é usado tanto para
Deus como para o Jesus exaltado, em contextos praticamente permutáveis. No
dia de Pentecostes, Pedro cita a expressão de Joel que se refere ao Dia do
Senhor (Yahweh) e a chamada para a salvação no nome do Senhor (2:20,
21); e isso significa a chamada para a salvação no nome de Jesus de Nazaré (4:
10, 12). Jesus tornou-se Senhor, ao passo que Deus continua a ser o Senhor
(2:36, 39).
Corrigida X Atualizada
O âmago da
confissão cristã primitiva é o Senhorio de Cristo. Lamentavelmente, esse
fato é obscurecido pela linguagem da versão Almeida, Revista e Corrigida. A
salvação não vem pela confissão do Senhor Jesus, mas por confessar Jesus como o
Senhor (Rm. 10:9). Essa confissão do senhorio de Jesus só pode ser feita
por meio da capacitação do Espírito Santo (1 Co. 12:3). O centro do kerygma
apostólico é a proclamação do senhorio de Jesus (2 Co. 4:5).
Jesus é o Senhor,
exaltado sobre todo o poder inimigo, e sob seus pés todo esse poder deverá
finalmente ser subjugado (1 Co. 15:24 e ss.). A Confissão cristã do Senhorio
de Jesus significa o reconhecimento do que Deus fez ao exaltar Jesus, e a
submissão e aceitação pessoal de seu senhorio.
Trindade incipiente
Por essa razão,
podemos concluir que Atos 2:36 descreve corretamente a atitude cristã primitiva
com respeito a Jesus como Kyrios. Por meio de sua exaltação, Jesus estava
tão próximo de Deus que exerceu muitas das prerrogativas divinas. A igreja
primitiva adorou a Deus; também adorou a Jesus como o Kyrios exaltado. Na
cristologia mais antiga da igreja primitiva está o começo da
teologia da Trindade, embora isso possa não estar explicitamente declarado. No
reconhecimento do senhorio de Jesus está implícito o reconhecimento de sua divindade
essencial.
[1] (ê). [Do lat. scabellu.]
Substantivo masculino.
1.Banco com espaldar, comprido e largo, e cujo assento serve de tampa a uma caixa formada pelo mesmo móvel; escano.
2.Pequeno banco:
“uma vasta banca de pinho e muitos assentos rasos ou escabelos” (Alexandre Herculano, Lendas e Narrativas, I, p. 54).
3.Banquinho baixo para descanso dos pés:
“E aqueles dois homens bem refestelados em estofos do antigo estilo, o anfitrião com o pé amparado, familiarmente, sobre um escabelo, ambos velhos e sem darem-se conta da escassez da vida que tinham pela frente” (Braga Montenegro, As Viagens, p. 35).
4.Etnol. Assento ao rés do chão, us. entre vários povos indígenas brasileiros, principalmente pelas mulheres, e que pode ser feito de talos de pecíolo de buriti, couro, líber, ou de carapaça de tartaruga ou de tatu. [Pl.: escabelos (ê). Cf. escabelo, do v. escabelar.]
Substantivo masculino.
1.Banco com espaldar, comprido e largo, e cujo assento serve de tampa a uma caixa formada pelo mesmo móvel; escano.
2.Pequeno banco:
“uma vasta banca de pinho e muitos assentos rasos ou escabelos” (Alexandre Herculano, Lendas e Narrativas, I, p. 54).
3.Banquinho baixo para descanso dos pés:
“E aqueles dois homens bem refestelados em estofos do antigo estilo, o anfitrião com o pé amparado, familiarmente, sobre um escabelo, ambos velhos e sem darem-se conta da escassez da vida que tinham pela frente” (Braga Montenegro, As Viagens, p. 35).
4.Etnol. Assento ao rés do chão, us. entre vários povos indígenas brasileiros, principalmente pelas mulheres, e que pode ser feito de talos de pecíolo de buriti, couro, líber, ou de carapaça de tartaruga ou de tatu. [Pl.: escabelos (ê). Cf. escabelo, do v. escabelar.]
Nenhum comentário:
Postar um comentário